terça-feira, 2 de dezembro de 2008

A Rua Central

A Rua Central (Novembro de 2008)


Designa-se, em chinês, por Leong Sang Cheng Kai, isto é, Rua Direita do Cume do Dragão, dragão este que, porém, não consegue «exercer grande influência na vida económica e no destino dos habitantes desta pacata cidade, por lhe terem cortado um membro, com a abertura da Avenida Almeida Ribeiro, que, em figura geomântica, representa a espada que decepou o dragão (...)».
Entre a segunda metade do século XIX e até à construção da Avenida de Almeida Ribeiro, a Sam Má Lou, em 1915, a Rua Central foi a principal artéria comercial da cidade. Situada na "cidade cristã", no aristocrático bairro de S. Lourenço, encontrava-se «idealmente bem situada (...) a escassos minutos na Praia Grande de gente opulenta, do Palácio do Governo e dos hotéis. Perto, também, o Clube de Macau e o Teatro D. Pedro V, o Seminário de S. José e duas igrejas de intensa devoção (...)» (Henrique de Senna Fernandes).
Nela se instalaram alfaiates e modistas, ourives e joalheiros, antiquários e livreiros, e, sobretudo as lojas dos mouros, de sedas, cetins, toalhas e bordados, para além de roupas, chapéus e gravatas. Ao domingo, depois da missa das onze horas na Sé Catedral, a rua transformava-se numa espécie de Passeio Público, onde exibiam-se a toilettes, espreitavam-se as novidades, trocavam-se mexericos.

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