terça-feira, 21 de setembro de 2010

Lota do Patane

Legenda: "Lota do Patane. Séc. XX, anos 70". 
Fotografia de Lei Chiu Vang.
Colecção: "Memória Colectiva dos Residentes de Macau - Imagens Antigas de Macau"

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O bairro do Patane

O Largo do Pagode do Patane e o templo de Tou Tei. 
Fotografia de Lei Iok Tin, ca. de 1949 (publicada no catálogo da exposição Macau: 150 anos em Fotografia, Leal Senado, 1991)


Diz-nos Gonzaga Gomes* que, entre os residentes chineses, o bairro do Patane encontra-se subdividido em duas zonas: a de Sá Lei T'âu (ou Cabeça de Pera), "que abrange o emaranhado labirinto de travessas, calçadas, becos e pátios que existem nas ruas da Pedra, da Palmeira e da Ribeira do Patane" e a de Sân K'iu, na qual "se entrecruzam as ruas da Espectação de Almeida, de Corte Real, do Capão, da Erva, da Barca, de Inácio Pessoa, de Marques de Oliveira, da Alegria, de Martinho Montenegro e a Estrada do Repouso". A separar, mais ou menos, as duas zonas, a Rua de João Araújo. 
Refere ainda o mesmo autor que a zona de Sân K'iu foi, em tempos bastante recuados, terreno baldio "onde só medravam a esteve, a urze e quejandas plantas agrestes", o que justifica a designação atribuída a duas das principais artérias da zona: a Rua da Erva e a Rua de Entre-Campos. Este terreno, posteriormente transformado numa alagadiça várzea, era irrigado por uma pequena ribeira, a Ribeira do Patane ou Canal de Sân K'iu.
Esta Ribeira do Patane ou Canal de Sân K'iu possuiu uma ponte, primeiro construída em madeira e bambú, de foma enviesada - designava-se por K'ók K'iu ou Ponte Sinuosa -, destruída por um tufão e substituída por outra que passou a designar-se por Ponte Nova ou de Sân K'iu. Da ponte, já há muito desaparecida, perdura apenas o nome numa pequena travessa, a Travessa da Ponte.
Muitas destas ruelas, travessas e becos recordam, na sua toponímia, quer a sua anterior localização ribeirinha - Becos do Coral e da Concha, da Doca e da Ribeira, por exemplo - ou antigos ofícios ligados às actividades marítimas, à pesca e à construção naval, tais com as Travessas dos Calafates, dos Cordoeiros e dos Estaleiros, o Largo da Cordoaria ou o Beco dos Anzóis.


* Luís Gonzaga Gomes. Lendas Chinesas de Macau. Notícias de Macau, 1951.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

navegação

rio do Oeste, em cujas águas pardas
lavo o olhar errante, faço dos dias barcos
e das noites com luzes, nas Cem Ilhas
lugar-comum do meu pranto.
Fernanda Dias. chá verde. Círculo dos Amigos da Cultura de Macau, 2002 

Areia Preta

Praia de Hac Sá ou da Areia Preta. Coloane, Setembro de 2010

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Auguste Borget: gentes e costumes de Macau

"Jogadores". Cerca de 1839.
Lápis sobre papel.
Auguste Borget (1808-1877)
Colecção Quadros Históricos. Museu de Arte de Macau

"Vagabundo". Cerca de 1839.
Lápis sobre papel.
Auguste Borget (1808-1877)
Colecção Quadros Históricos. Museu de Arte de Macau


Durante dez meses, nos anos de 1838-39, o artista francês Auguste Borget (1808-1877) permaneceu em Macau onde, tal como o pintor inglês George Chinnery, se dedicou a desenhar a cidade, as suas ruas e edifícios, templos e igrejas, acompanhando os seus desenhos e esboços de observações ou pequenas descrições sobre a cidade, as suas gentes e os seus costumes.

Auguste Borget: na Wikipédia (em francês) e no Museu de Arte de Macau

Bocage

"É quanto Portugal tem em Macau."
Bocage

Naquele ano fatal da Grande Perdição
Que deflagrou, no mundo, un nouvel âge,
Chegou aqui, surgido de Cantão,
Pra onde o arrebatara o furor de um tufão,
O poeta Bocage.

Achou a terra decadente e estranha
E a gente ora mendiga ora devassa.
E enquanto, num soneto, a satiriza, entoa
Meigas estrofes à "magnânima Saldanha"
(Marília, ao celebrar-lhe a formosura e a graça)
E um hino de lisonjas à "preclara Hulhosa"

Quase um ano inteiro (quase uma vida inteira!)
Por Macau bocejou e vagueou à toa.
Mas, por mercê de Lázaro Ferreira,
Um dia, enfim, pôde enrolar a esteira
E voltar a Lisboa.

A cidade, porém, não lhe esqueceu o vulto
(Esqueceu o soneto que é justo, sem ser mau):
Hoje, uma rua, rende-lhe culto.
- É quanto o poeta tem em Macau.

António Manuel Couto Viana. "Bocage", No Oriente do Oriente. in Carlos Pinto Santos e Orlando Neves. De Longe à China. Macau na Historiografia e na Literatura Portuguesas. ICM, 1996

sábado, 11 de setembro de 2010

Panorâmica de Macau


Legenda: "Vista panorâmica da cidade de Macau e da Colina da Guia" 
Fotografia: Santana. Edição: Livraria Kuong Meng. Data: s/ data (c. 1970)

Vista da Baía da Praia Grande - a partir da igreja da Penha - já prolongada com os aterros do Porto Exterior, concluídos por volta de 1938. A estátua do governador Ferreira do Amaral foi inaugurada em 1940, o Liceu Infante D. Henrique em 1958 e o Hotel Lisboa em 1970.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Lugar dourado e encantador

Macau sã assi, com lugares como este: dourado e encantador...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O edifício dos Correios de Macau

O edifício dos Correios e as avenidas de Almeida Ribeiro e Infante D. Henrique, nos anos 30 do século XX. 
(Bilhete Postal publicado por Plaza Cultural Macau, Lda,  Colecção The past. Romantic memories)

"Estava na forja a construção doutro edifício considerado imponente: o dos Correios e Telégrafos no Largo do Senado, considerado na altura majestoso e pleno de modernidade. Ninguém apontou, então, que o seu perfil pesado, sem estilo arquitectónico definido, iria contrastar com a fachada do Leal Senado, nem com outros edifícios do largo, todos cheios de arcadas e varandas, duma airosidade que só agora se reconhece".
Henrique de Senna Fernandes. "O Cinema em Macau - II. 1930-31. A Emoção do Sonoro. in RC - Revista de Cultura, nº 18, II Série, Janeiro / Março 1994


O edifício dos Correios, projecto do arquitecto Chan Kun Pui, foi construído em 1929 e aberto ao público em 1931. Encontra-se classificado "Edifício de interesse arquitectónico".


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O tio Lam


O "tio Lam" e os seus bonecos de farinha.
Fotografia de Lei Iok Tin (ca. 1960), publicada no catálogo da exposição Reminiscências - Fotografias de Macau Antigo. Museu de Arte de Macau.