sábado, 28 de novembro de 2009

No Pau Kong Miu

Pau Kong Miu
Pau Kong Miu. Macau, 2009

"Traços em todas as direcções. Em todos os sentidos vírgulas, colchetes, parênteses, dir-se-ia que acentos, em qualquer altura, a todos os níveis; desconcertantes moitas de acentos (...)
Henri Michaux, Ideogramas na China. Cotovia e Fundação Oriente, 1999

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Igreja de S. Domingos

Igreja de S. Domingos. Macau, Maio de 2009

Igreja de Santo António

Igreja de Santo António. Macau, Agosto de 2009

Igreja de Nossa Senhora do Carmo

Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Taipa, Junho de 2009

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A penteadeira

Fotografia de José Neves Catela, do Museu de Arte de Macau - "Memórias Reveladas"

«(...)
O cabelo negro, longo e corredio, foi penteado e preso por um comprido pente de madeira onde ficou enroladao.
Em seguida e com uma escova, a penteadeira estendeu no cabelo uma espécie de líquido pegajoso ou goma - Pau-Kan, que é um veneno forte, extraído da casca de certa árvore, posto de infusão em água fria.
Depois daquela operação, o pente foi substituído por um travessão de ferro e o cabelo, que estava cuidadosamente repuxado e muitoliso, ficou amarrado por baixo com um fio vermelho.
(...)
Duas fitas atadas por debaixo do queixo e passando uma por cima da cabeça, a outra pela nuca, conservavam o penteado na posição devida e o resto da trança, solta, ia sendo cuidadosamente engomada e presa em voltas sucessivas sobre um grande gancho e depois em torno de quatro agulhas que, mudando de posição sobre o caracol, permitiam que este fosse avolumando compacto e apertado, sendo o cabelo continuamente penteado e engomado para este fim.
Assim se ia formando, metodicamente, o Tou-T'chi-Kai - que é o nome que tem este penteado especial, para festas.
A penteadeira ia torcendo a trança com perícia até que chegou ao fim, restando apenas esconder nas voltas do penteado as últimas pontas dos cabelos.
Tirou as agulhas que não eram já precisas e, com um pente e a escova gomosa, deu ao penteado a aparência de uma casca de coco, mas negra, perfeitamente lisa e lustrosa, como ébano polido.
(...)»
Jaime do Inso. O Caminho do Oriente. Instituto Cultural de Macau, 1996, 2ª edição.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O Jardim das Proibições

No jardim da Cidade das Flores, na Taipa (Julho de 2009)

É um pequeno jardim em estilo chinês. Fica na Taipa e chama-se Jardim da Cidade das Flores, designação simpática para uma cidade de betão.
Mas, aquela profusão de tabuletas... transforma-o num verdadeiro jardim das proibições.

Tai Pou Lam: a largas passadas

A Rua de S. Domingos ou Tai Pou Lam (Fotografia de Junho de 2008)

Conhecida, entre os portugueses, por "Rua das Mariazinhas" - nome de uma loja que aí existiu, que vendia principalmente brinquedos - a Rua de S. Domingos, ou antes, o troço que vai do entroncamento da Rua da Palha até à Calçada das Verdades, designa-se, em chinês por Tai Pou Lam, o que significa "a largos passos". Gonzaga Gomes* explica que a rua fora outrora uma via de prédios baixos, bastante batida pelo sol, cujo pavimento escaldante obrigava «os chineses de pés descalços» a atravessá-la em passo de corrida. Daí a razão do nome "a largos passos".
Contudo, esta designação reporta-se apenas ao troço já referido. A Rua de S. Domingos designa-se, em chinês, «Pán Tchéong Tóng Kâi, isto é, a Rua do Templo das Tábuas; provindo esta denominação do facto da primitiva igreja ter sido construída em madeira. Esta igreja é, porém, também conhecida entre os chineses, pelo nome de Mui Kuâi Tóng, o Templo das Rosas».

A designação Tai Pou Lam merece ainda outra explicação, esta ligada à lenda. É também de Gonzaga Gomes, atribuindo-lhe a designação aos "Espectros de Tai Pou Lam"**. A rua «(...) vulgarmente designada pelo povo com o nome de Tái-Pou-Lám ou Tái-Pou-Láp, que significa "galgar a grandes pernadas", querendo com isto dizer que tal via deve ser transitada a largas passadas pois, na época que assim a alcunharam, dizia-se que o indivíduo que ousasse caminhar nela, durante a noite, era infalivelmente alvo duma chuva de grãos de areia e de pedra miúda lançada por mãos desconhecidas, decerto pelas almas penadas que estavam residindo numa das duas ou três casas que existiam naquele remoto local, então considerado como um dos pontos extremos da cidade».

* Luís Gonzaga Gomes. Macau, Factos e Lendas. ICM, 1994
** Luís Gonzaga Gomes. Lendas Chinesas de Macau. Notícias de Macau, 1951

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Flores Muito Agradáveis

Na Avenida Horta e Costa. Macau, 2009

Mosteiro de Pou Tai

Mosteiro de Pou Tai. Taipa, 2009

Situa-se no sopé oriental da montanha da Taipa Pequena (com acessos pela Estrada de Lou Lim Ieoc e Rua do Minho) e foi construído em 1925. É o Mosteiro de Pou Tai ou Pou Tai Un e compõe-se de diversos pavilhões situados a diferentes níveis. Aqui "confraternizam os deuses do panteão hindu de mistura com os do panteão tauista e budista chinês". O Sam Pou Tin ou o pavilhão dos Três Budas Preciosos, com Saquiamuni ao centro, Siu Choi Un Sau à direita e Amitabha ou O Mei To Fat, à esquerda; o pavilhão dos mortos, repleto de gavetas com as cinzas dos defuntos e as respectivas fotografias no exterior das gavetas; um pavilhão destinado à meditação, outro dedicado a Pak Tai e ainda um dedicado à deusa da Misericórdia, onde se venera Kun Iam dos 42 braços.

Fonte: P. Manuel Teixeira. Pagodes de Macau. Direcção dos Serviços de Educação e Cultura, 1982

Cântico do Outono

O canto dos insectos
ainda se demora
nos degraus do outono

O leque perfumado
deixa de ser
a casa da brisa

Desfolham-se os olhos
numa melodia oculta

Manuel Yao

Jorge Arrimar e Manuel Yao. Confluências. Folha de Lótus. Macau,1997

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Casa Cultural de Chá de Macau

Edifício onde se encontra instalado o museu dedicado ao chá - a Casa Cultural do Chá. Inaugurado em 2005, fica situado no jardim de Lou Lim Ieoc.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Kun Iam

A Deusa Kun Iam
(Árvore do Pagode, na Calçada do Monte. Macau, 2009
)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A Rua de Nossa Senhora do Amparo

Rua de Nossa Senhora do Amparo. Macau, Outubro de 2009

Começa na Rua da Tercena, próximo do Pátio das Calhandras e acaba na Rua dos Mercadores, onde entronca, juntamente com a Rua dos Ervanários. Com a designação de Amparo existem, ainda, uma Calçada e um Pátio. A Calçada do Amparo parte da Rua de S. Paulo e termina na de Nossa Senhora do Amparo. O Pátio situa-se junto à calçada.
Tal como a Rua da Tercena, a de Nossa Senhora do Amparo era marginal e só tinha casas do lado do Monte. Neste local existiu a Igreja de Nossa Senhora do Amparo, que foi edificada em 1633.

Fonte: P. Manuel Teixeira. Toponímia de Macau, Volune 1, ICM, 1997