quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Estacionamento proibido

No Mercado de S. Domingos em Macau (Outubro de 2008)

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O templo de Kuan Tai

Altar-mor - onde «campeia o barbudo Kuan Tai, tendo à sua direita Chau Chong e à esquerda Kuan P'eng e em frente um pequeno Kuan Tai para as procissões» - do templo de Kuan Tai ou Sam Kai Vui Kun, em S. Domingos (Macau, Outubro de 2008).

«Kuan Tai é uma divindade taoísta, adorada também pelos budistas.
Quem é Kuan Tai?
É o deus da guerra e tem vários nomes: Kuan Kong, Kuan Yu, Kuan Tai e Wu Tai.
O seu nome pessoal era Chang Sheng, que ele depois mudou para Chou Chang, tomando também o de Yun Chang; é também conhecido
por Kuan, da família Yu, e ainda por outros sete nomes. Nasceu em Shansi em 162 A.D..
Começou por vender feijões; depois, deu-se ao estudo. Um dia, escapou-se do quarto em que os seus pais o haviam encerrado por castigo, matou um magistrado, que queria forçar uma rapariga a ser sua concubina e fugiu.
Depois de chegar a Cho Chou, em Chihli, teve uma pega com o carniceiro Chan Fei; acudiu Liu Pei, a separá-los e os três tornaram-se amigos íntimos.
A seguir, fizeram o famoso "Juramento no Pomar dos Pêssegos", comprometendo-se a ajudar-se mutuamente, a viver e a morrer juntos; ficaram conhecidos pelos "Irmãos do Pomar dos Pêssegos".
Kuan Kong é o mais famoso herói militar da China. Em 1120 A.D. foi nomeado Duque Fiel e Leal; 8 anos depois, Príncipe e Pacificador Magnífico. O imperador Wen (A.D. 1330-3) intitulou-o Príncipe Guerreiro e Civilizador; o imperador Wan Li (1573-1620) deu-lhe o título de Grande Ti ou Tai, Fiel e Leal, Sustentáculo do Céu e Protector do Reino, tornando-se assim um deus, adorado como Kuan Ti ou Wu Ti ou Tai, o deus da guerra. Havia na China 1600 templos em sua honra e milhares de outros mais pequenos, sendo um dos deuses mais populares do país.
É também patrono da literatura, sendo adorado pelos literatos por ser capaz de repetir do princípio ao fim os "Comentários de Tsó sobre os Anais" (Ch'un ch'ui Tso Chuan).
Nas imagens adoradas pelos letrados, Kuan Tai segura este livro na mão direita e é acolitado por seu filho adoptivo Kuan P'eng, que está à sua direita e oferece um chapéu académico aos candidatos a letrados.
Geralmente é adorado com deus da guerra, da literatura e das riquezas, segundo as necessidades de cada localidade. É ainda patrono das lojas de penhor e de antiguidades.» (Padre Manuel Teixeira, Pagodes de Macau).

O templo situa-se junto ao Mercado de S. Domingos, na zona do antigo Bazar chinês. A sua construção deve remontar a 1750 - data referida pelo Padre Teixeira e por Leonel Barros -, tendo sido restaurado em 1793, 1805, 1836 e 1893.
Encontra-se este templo ligado à Associação das Três Ruas, Sam Kai Wui Kun, «a mais antiga associação chinesa que se instituiu nesta cidade a fim de promover o bem estar» (Gonzaga Gomes, em Curiosidade de Macau Antiga), tendo sido fundada pelos moradores das três primeiras ruas de comércio que existiam em Macau, isto é, a dos Ervanários, a das Estalagens e a dos Mercadores, esta última conhecida por Rua do Acampamento - Iêng Tei Kái - por nela, ou próximo, terem acampado as primeiras tropas portuguesas.

No pequeno átrio fronteiro ao templo - que serve habitualmente de estacionamento de motorizadas - realiza-se no 8º dia do 4º mês lunar a festividade do Dragão Embriagado ou Tchoi-Lông.


O Centro Histórico de Macau

Rede do Património Cultural de Macau: Sam Kai Vui Kun (Templo de Kuan Tai)

domingo, 26 de outubro de 2008

Sesta no jardim de Luís de Camões

No topo de uma das rochas que constitui a «Gruta de Camões», em Macau (Outubro de 2008)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O templo de Tin Hau na Taipa


«Durante o reino de Tou Kuang (1821-1850), da dinastia Cheng, no ano de 1833, a Taipa era um coito de piratas, que infestavam as ilhas vizinhas.
Para pôr termo às suas depredações, o imperador enviou uma esquadra, à qual se juntaram algumas lorchas de marítimos e pescadores.
A luta durou vários anos, com muitas mortes de parte a parte; entre os mortos achavam-se 200 voluntários dos juncos governamentais, que foram agraciados com medalhas de mérito, recebendo as suas famílias uma pensão de uma só vez.
Com esse dinheiro e outras dádivas de 48 ricos da vila, os barqueiros levantaram um pagode em honra de
T'in Hau, ou Rainha do Céu, protectora dos marítimos.
Os nomes desses 200 voluntários ficaram lá gravados
ad perpetuam rei memoriam.»(Padre Manuel Teixeira, in Pagodes de Macau).

A acreditar na informação do Padre Teixeira, o templo só poderá ter sido construído depois de 1833, entre 1840 e 1845, com o tal dinheiro das pensões e dádivas, e não em 1785 como afirma Leonel Barros (em Templos, Lendas e Rituais - Macau).

O templo situa-se na Rua do Governador Tamagnini Barbosa, na Taipa. Era composto, inicialmente, por três pavilhões, todos ao mesmo nível. Actualmente, apenas funciona como espaço de culto o pavilhão central. Os outros dois foram alugados a um restaurante.

Rede do Património Cultural de Macau: Templo de Tin Hau

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

No Patane

Rua do Patane, em Macau (Outubro de 2008)


Ruas, ruelas, travessas, becos e pátios.
Nelas há fios enrodilhados, gaiolas penduradas, roupas estendidas. À porta das casas há bancos e cadeiras, estendais de roupa.
Há altares ou pequenos templos, com os deuses do lar, da rua ou do bairro. Em pequenos oratórios, colocados à porta da casa, ardem paus de incenso.
Ruelas onde o sol quase não entra, encardidas da humidade que escorre das fachadas.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Altar na Travessa dos Algibebes

Na Travessa dos Algibebes em Macau (Outubro de 2008)

domingo, 12 de outubro de 2008

A sesta do barbeiro

Na Travessa das Galinholas, em Macau (Outubro de 2008)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Marceneiro

Na Travessa da Dorna, em Macau.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Buscar / Levar Estudantes

«CENTRO DO SERVICO TRATAMENTO BUSCAR/LEVAR ESTUDANTES PUILAO» na Rua de Tomé Pires, em Macau (Outubro de 2008)

domingo, 5 de outubro de 2008

Templo de Fôk Tak Chi

Templo de Fôk Tak Chi na Rua de Tomás da Rosa, em Macau (Setembro de 2008)

Na Horta da Mitra situava-se, antigamente, um templo dedicado aos deuses locais, que foi demolido quando aí se abriram as vias públicas, conforme se lê numa lápide que se encontra no átrio do actual templo de Fôk Tak Chi, o templo da Felicidade e Virtude. Mandado reconstruir, no mesmo local, pelo governador Tomás da Rosa, foi inaugurado em Maio de 1886.

O nome completo deste pequeno templo é Chong Kuok Tou Tei Miu, ou seja, Templo dos Deuses Locais e a sua festa ocorre no oitavo dia da segunda lua.

Em Pagodes de Macau*, o Padre Manuel Teixeira explica:
«O T'ou Tei ou Espírito protector dos lugares rurais não se deve confundir com os Sé Chek, em mandarim Shê Chi, deuses do solo ou das colheitas. O espírito de solo, , era adorado pelos primeiros sábios chineses como culto colectivo - os cinco Espíritos Terrestres das Montanhas e Florestas; dos Rios e Lagos; dos Planaltos e Colinas; dos Terraplanos e Diques; e das Correntes e Pântanos. O controla vastas porções do território, como uma perfeitura, sub-perfeitura ou até uma província, ao passo que o Tou Tei limita a sua jurisdição a uma pequena área, como uma povoação, gruta, canal, campo ou montanha.
É, pois, o deus do local, do bairro ou de toda uma aldeia».

*Padre Manuel Teixeira. Pagodes de Macau. Direcção dos Serviços de Educação e Cultura, 1982
(obra digitalizada na Biblioteca Digital do Centro Científico e Cultural de Macau)

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Rua da Tercena

A Rua da Tercena dois dias depois das inundações provocadas pela passagem do tufão Hagupit.


Começa na Rua dos Faitiões, próximo do Beco dos Faitiões e do Pátio da Tercena, e termina junto às ruas dos Ervanários e de Nossa Senhora do Amparo. Diz Gonzaga Gomes que, antigamente, o mar chegava até à Rua da Tercena, pois o «vocábulo significa tulha à beira de um rio ou perto dum cais»*.

* Luís Gonzaga Gomes em Curiosidades de Macau Antiga, citado pelo P. Teixeira na Toponímia de Macau, vol. 1, p,476.

Associação de Medicamentos Chineses

«Associação de Medicamentos Chineses Macau», na Avenida de Horta e Costa em Macau.

Altar no Beco do Chá

Altar no Beco do Chá, em Macau (Setembro de 2008)

Por todo lado, em pátios ou becos, ruas ou travessas, à porta das lojas ou das habitações, encontram-se pequenos altares com imagens de deuses ou apenas com caracteres que identificam a divindade. Em todos eles ardem pivetes de incenso, que aí são colocados ao nascer e ao pôr-do-sol. São os Deuses Penates, Deuses do Lar, que velam pela segurança dos mortais.