O Bazar «era a retinta cidade chinesa de Macau», que, «partindo da raia traçada pelos Bairros do Lilau, S. Lourenço, Stº Agostinho, Largo do Senado, Monte e Stº António (...) ia desaguar, em leque, no Porto Interior»(1). Chamavam-lhe, também, Bazar Grande, para melhor se diferenciar do Bazarinho, ou Soi-Sau-Sai-Kai, como designam os chineses a Rua do Bazarinho (e que significa Rua do Marinheiro, a oeste, por forma a distinguir-se da Rua do Marinheiro, situada a sul). Esta começa junto ao Pátio da Ilusão, na Travessa do Mata-Tigre, e termina na Calçada de Eugénio Gonçalves, quase em frente à Rua das Alabardas.
No Bazar se concentrava todo o comércio, desde as lojas de quinquilharias, aos algibebes, aos ferros velhos; nele ficavam as casas de pasto ou cou-laus, as estalagens, as lojas de lotarias, as casas de fantan e as de penhor, os lupanares. «A sua população não era só constituída pelos autóctones de Macau. Havia gente oriunda das mais diversas partes da terra-china fronteiriça à cidade que ali chegava para os seus ócios e negócios (...). E não esqueçamos ainda de acrescentar que havia toda uma população flutuante e piscatória, ancorada no rio que punha pé em terra para os seus lazeres»(2).
(1) e (2) Henrique de Senna Fernandes. «Chá com Essência de Cereja», Nam Van.
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