quinta-feira, 1 de junho de 2006

«Pátio do Poeta. Só dele»

Pátio do Poeta. Macau, Maio de 2006

O sal das vozes
usurárias as palavras-pautas-palmas
Rastos de expressão os rostos
daquelas bocas de restos
Góticos os esgares
flamejantes quando esfaqueam o ar
Os dedos dados
de mãos nunca dadas
como se compassos vazios
de músicas abortadas


o cavalo alado
com a crina dos mistérios
plana
montado por omissões descodificadas
em tiras de papel qualquer
como se vozes outras
do poeta
a rasgar o tempo

João Rui Azeredo. in Antologia de Poetas de Macau.

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