«Tudo é alegria no Bazar, uma alegria que nos mergulha na calma tranquilidade chinesa, que nos invadem e conquista, insensivelmente, como um filtro que se absorvesse ao respirar.
A policromia das lojas; o vaivém constante duma população activa mas que desconhece precipitações; vasos de flores; os leitões assados e os patos salgados pendurados às portas, como uma tentação à voracidade dos chineses, para quem a comida é um dos maiores prazeres; as lâmpadas que começam a acender-se, como que soltando um hino à luz que os chineses adoram com verdadeira devoção pagã; a fugidias Pi-pa-t'chai que passam a caminho dos Cou-laus; todos aqueles sons do ambiente e da vida do Bazar, na atmosfera festiva do Ano Novo, vão-nos narcotizando, à mistura com o cheiro, enjoativo e doce, do ópio que anda pelo ar». Jaime do Inso, Cenas da Vida de Macau.
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