quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

«Na Penumbra dos Pagodes»

No Kum Iam Tong

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Entramos num pagode. Lá dentro a iluminação é escassa, num contraste com o exterior. Sobem volutas de fumo de sândalo, dos pivetes que ardem em frente do altar. As esteiras redondas, ali postas no chão, nunca estão vazias de devotos que batem cabeça ante a estátua de Buda e de outras estranhas divindades, espécie de anjos ou guardas dos santuários.
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No grande perfumador que se eleva logo à porta de entrada, vão-se enterrando os pivetes, sem cessar, levados pelos fiéis, tal como a fé cristã oferece velas ante os altares, cujo fumo, com o decorrer do tempo, já manchou de negro as paredes e o tecto do templo, donde saímos atormentados com o eterno problema da Verdade...
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Jaime do Inso. Cenas da Vida de Macau. Instituto Cultural de Macau, 1997

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