quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
O Jardim de Lou Kau
Fotografia publicada na Illustração Portugueza de 14 de Dezembro de 1908
Foi Lou Chéok Chi (1837-1906), mais conhecido por Lou Kau, abastado comerciante que em 1870 se fixou em Macau, que mandou construir, nas várzeas húmidas do Tap Seac, um jardim em estilo chinês, tendo, para tal, contratado em Cantão dois afamados artistas, Lau Kat Lok e Lei Tai Chun.
Chamava-se Yu Yun ou Jardim das Delícias, mas acabou por ficar conhecido pelo nome do seu proprietário inicial, Lou Kau, e, mais tarde, do seu filho primogénito, Lou Lim Ieoc. O acesso principal fazia-se «por um grande portão que abria para a Rua Almirante Costa Cabral, portão que, ainda hoje existe e dá acesso à Escola Pui Cheng (...)» (Teixeira. Toponímia de Macau, vol. 1).
Actualmente ocupa uma área de cerca de metade da inicial. Após a morte de Lou Lim Ieoc (1927), os seus descendentes alugaram parte do jardim à referida escola e, nos anos de 1950, uma área considerável do jardim, até então ocupada pelos viveiros, foi urbanizada. Em 1973, foi adquirido pelo governo e entregue ao Leal Senado. Abriu ao público a 28 de Setembro de 1974.
Fontes:
A. J. Emerenciano Estácio e A. M. de Paula Saraiva. Jardins e Parques de Macau. Instituo Potuguês do Oriente, 1993
P. Manuel Teixeira. Toponímia de Macau, vol 1. Instituto Cultural de Macau, 1997
Chamava-se Yu Yun ou Jardim das Delícias, mas acabou por ficar conhecido pelo nome do seu proprietário inicial, Lou Kau, e, mais tarde, do seu filho primogénito, Lou Lim Ieoc. O acesso principal fazia-se «por um grande portão que abria para a Rua Almirante Costa Cabral, portão que, ainda hoje existe e dá acesso à Escola Pui Cheng (...)» (Teixeira. Toponímia de Macau, vol. 1).
Actualmente ocupa uma área de cerca de metade da inicial. Após a morte de Lou Lim Ieoc (1927), os seus descendentes alugaram parte do jardim à referida escola e, nos anos de 1950, uma área considerável do jardim, até então ocupada pelos viveiros, foi urbanizada. Em 1973, foi adquirido pelo governo e entregue ao Leal Senado. Abriu ao público a 28 de Setembro de 1974.
Fontes:
A. J. Emerenciano Estácio e A. M. de Paula Saraiva. Jardins e Parques de Macau. Instituo Potuguês do Oriente, 1993
P. Manuel Teixeira. Toponímia de Macau, vol 1. Instituto Cultural de Macau, 1997
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
S. Lázaro

Fotografia de Mam-Took. Colecção "Levantamento arquitectónico português em Macau". Instituto de Investigação Científica Tropical.
S. Lázaro, que em tempos idos foi conhecido por Bairro da Horta do Volong e onde, em 1895, a peste dizimou milhares de vidas, abrange uma área mais ou menos limitada pela Calçada do Poço, Caminho dos Artilheiros, Rua de Sanches de Miranda, Estrada do Cemitério e parte da Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida.
«O Bairro da Horta do Volong e os seus arredores não escaparam ao flagelo [em 1895] mais do isso: devia ter sido uma das zonas da cidade mais contaminadas (...). Tornando-se necessário proceder ao saneamento de todo o bairro e seus arredores, o Engº Abreu Nunes apoiado pelo Governador Horta e Costa, promoveu a expropriação de todas as casas de alvenaria daquele bairro e a destruição dos casebres e palhotas, onde criavam à solta, suínos, galináceos, etc.» (P. Manuel Teixeira, Toponímia de Macau, vol. II).
Do Bairro da Horta do Volong ficou o nome numa rua, a Rua do Volong, que começa na Calçada do Poço e termina na Estrada do Cemitério. O Volong que lhe deu o nome foi Francisco Volong, negociante chinês, cristão, que em 1856 obteve a naturalização portuguesa.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Avenida Vasco da Gama

Fotografia de Mam-Took. Colecção "Levantamento arquitectónico português em Macau". Instituto de Investigação Científica Tropical.
«(...) Tomaram por entre os talhões de piso de cimento da arborizada Avenida Vasco da Gama e ao fundo, todo polvilhado de uma poeira de oiro pálido sob a luz doce do Sol, num horizonte levemente carminado, apareceu um monumento (...)». Emílio de San Bruno. O Caso da Rua Volong (1928).
A Avenida Vasco da Gama foi aberta quando do saneamento da zona do Tap Seac - até então uma extensa várzea pantanosa - por ordem do governador Horta e Costa (1894-1897). Nela foram construídos o monumento de Vasco da Gama, várias escolas - entre elas a Escola Luso-Chinesa Sir Robert Ho Tung -, o Hotel Estoril e o Comando da Polícia de Segurança Pública.
domingo, 13 de dezembro de 2009
Champaca de flor branca


Nativa da Malásia e Indonésia a Champaca de flor branca - Magnoliaceae, Michelia alba DC. - é uma árvore ornamental que atinge 18 metros de altura. Floresce de Maio a Setembro e as suas flores são aromáticas. Em Macau, encontram-se exemplares no Jardim de Lou Lim Ieoc e no Parque de Seak Pai Wan, e também em alguns jardins de residências antigas.
O género Michelia deve o seu nome ao botânico italiano Pietro Antonio Micheli (1679–1737).
O género Michelia deve o seu nome ao botânico italiano Pietro Antonio Micheli (1679–1737).
Fontes:
Wang Zhu Hao. Árvores de Macau. Vol I. Câmara Municipal das Ilhas, 1997
Wikipedia: Michelia
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
«Em seguida "deu vida" ao leão (...)»

«(...) Em seguida "deu vida" ao leão da Associação Fraternal, Desportiva e de Artes Marciais do Leão Acordado, com sede na Rua da Tercena, a qual lhes proporcionou uma "dança do leão", colorida e atlética, seguida da queima de uma fita de panchões; tudo mais barulhento e prolongado do que o recomendável. Mas os rapazes queriam valorizar as suas qualificações acrobáticas e não era todos os dias que tinham a honra e o inefável prazer de se exibir perante Suas Excelências; e havia, por outro lado, que desempenhar conscienciosamente a obrigação de exorcismar os espíritos malignos e invejosos que porventura pairassem no ambiente. Para tanto, após a dança, o leão entrou nas instalações, farejou os cantos e recantos, soprou os eventuais fantasmas que tivessem sobrevivido a todo aquele estrondear, deu-se por satisfeito, e retirou-se depois de ter embolsado o lai-si amarrado a um pé de alface nova (...)».
Rodrigo Leal de Carvalho. O Senhor Conde e as suas três mulheres. Livros do Oriente, 1999
»» Sobre a Dança do Leão ver o post Brinco de Leão
Rodrigo Leal de Carvalho. O Senhor Conde e as suas três mulheres. Livros do Oriente, 1999
»» Sobre a Dança do Leão ver o post Brinco de Leão
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Ermida da Penha
Situada no topo da Colina da Penha, a Ermida de Nossa Senhora da Penha de França foi edificada em 1622 e reconstruída em 1837, sendo o actual edifício de 1934-1935. A capela é também conhecida por Capela de Nossa Senhora do Bom Parto, por ter sido construída junto do baluarte do mesmo nome. A história da construção da capela encontra-se associada ao cumprimento de uma promessa a Nossa Senhora da Penha. Em Julho de 1620, navegava o navio S. Bartolomeu de Macau para o Japão quando, na manhã do dia 28, deparou-se com uma nau holandesa que o seguiu por muito tempo e que, por ser mais ligeira, depressa alcançou o S. Bartolomeu. Vendo-se os marinheiros portugueses em dificuldades e sabendo-se em situação desigual e sem possibilidade de escaparem aos holandeses, pediram à Virgem Nossa Senhora da Penha de França que os acudisse, prometendo-lhes uma ermida na cidade de Macau. Logo de imediato foram socorridos livrando-se da nau holandesa. Em cumprimento da promessa, a 13 de Maio de 1621, fizeram a doação ao Convento de Santo Agostinho para que este edificasse a ermida.
Fonte: P. Manuel Teixeira. Toponímia de Macau. Instituto Cultural de Macau, 1997
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Tou Tei, o Deus da Terra

Templo de Tou Tei, no Patane (Rua da Palmeira)
«Na China Imperial - e em Macau ainda hoje acontece -altares e nichos para os espíritos ou divindades protectoras havia-os por todo o lado. Em todos os povoados, fosse nos templos ou nos edifícios públicos, existia pelo menos um ou mais altares do Tou Tei, vulgarmente denominado "deus da terra", mas cuja designação é formada por dois caracteres que significam ambos "Terra". Os altares ficam habitualmente ao nível do solo, sempre que isso é possível, e encostado à chamada "parede espiritual" a que acolhe o portão das mansões ou residências senhoriais, e hoje, a porta dos edifícios e apartamentos (...)»
Cecília Jorge. Deuses e Divindades. Gods and Deities. Direcção dos Serviços de Correios. Macau Post. 2005
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Kuan Tai, o Deus-Guerreiro
«É uma figura lendária divinizada. (...)
Este deus-guerreiro é um dos mais poderosos e respeitados do panteão chinês e deve a sua posição ao facto de personificar ao mais alto grau todas as virtudes de um guerreiro e cavaleiro. Exímio no manejo de armas, bravo e íntegro. Identifica-o a cara pintada de vermelho, a cor atribuída às personagens honestas e corajosas. Era um dos grandes generais do período dos "Três Reinos" (Século III), e foi uma das personagens que inspirou o clássico "Romance dos Três Reinos".
Kuan Tai terá sido a mais popular divindade do final da era imperial chinesa, porque era venerado e recebia sacrifícios e oferendas quer de altos funcionários da corte, quer do povo. O título de Ti ou Tai (em cantonense, equiparado a Imperador), foi-lhe conferido em finais da dinastia Ming, altura em que ascendeu a uma posição equiparada à de Confúcio no panteão chinês.
Para além do estatuto oficial de "lealdade personificada", o deus guerreiro é igualmente propiciado como divindade protectora do Comércio e Deus da Riqueza (divindade "militar", já que existe um Deus da Riqueza "civil"(...)».
Cecília Jorge. Deuses e Divindades. Gods and Deities. Direcção dos Serviços de Correios. Macau Post. 2005
Para além do estatuto oficial de "lealdade personificada", o deus guerreiro é igualmente propiciado como divindade protectora do Comércio e Deus da Riqueza (divindade "militar", já que existe um Deus da Riqueza "civil"(...)».
Chok Chin e Seng Pui

Os Chok Chin são tiras finas de bambu, com cerca de 18 cm de comprimento, que se encontram num recipiente cilíndrico também de bambu. Cada tira está numerada e cada número possui o seu respectivo significado. Ao chocalhar o cilindro, o devoto vai fazer sobresair uma dessas tiras, cujo significado será dado pelo responsável do templo.
Os Seng Pui são pequenas peças ou blocos de madeira, com cerca de 8 cm de comprimento, uma face plana e a outra curva. Quando lançados, a sorte é ditada consoante a posição em que caem.
Os Seng Pui são pequenas peças ou blocos de madeira, com cerca de 8 cm de comprimento, uma face plana e a outra curva. Quando lançados, a sorte é ditada consoante a posição em que caem.
Os Tai Sôi, deuses protectores dos anos
Os Tai Sôi são divindades protectoras dos anos de vida e cada Tai Sôi protege um ano de idade. Estes contam-se de um a sessenta. "Cada período de 60 anos corresponde ao ciclo sexagenário do calendário chinês e cada T'ai Sôi vigia um determinado ano; ao completar os 60 atinge a vida plena e volta» (P. Manuel Teixeira. Pagodes de Macau)
No Ano Novo Lunar, os devotos prestam culto à divindade correspondente à sua idade, oferendo-lhe papel-dinheiro e pivetes que são colocados nos pequenos incensórios que se encontram em frente da sua imagem.
No Ano Novo Lunar, os devotos prestam culto à divindade correspondente à sua idade, oferendo-lhe papel-dinheiro e pivetes que são colocados nos pequenos incensórios que se encontram em frente da sua imagem.
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terça-feira, 1 de dezembro de 2009
sábado, 28 de novembro de 2009
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
A penteadeira

«(...)
O cabelo negro, longo e corredio, foi penteado e preso por um comprido pente de madeira onde ficou enroladao.
Em seguida e com uma escova, a penteadeira estendeu no cabelo uma espécie de líquido pegajoso ou goma - Pau-Kan, que é um veneno forte, extraído da casca de certa árvore, posto de infusão em água fria.
Depois daquela operação, o pente foi substituído por um travessão de ferro e o cabelo, que estava cuidadosamente repuxado e muitoliso, ficou amarrado por baixo com um fio vermelho.
(...)
Duas fitas atadas por debaixo do queixo e passando uma por cima da cabeça, a outra pela nuca, conservavam o penteado na posição devida e o resto da trança, solta, ia sendo cuidadosamente engomada e presa em voltas sucessivas sobre um grande gancho e depois em torno de quatro agulhas que, mudando de posição sobre o caracol, permitiam que este fosse avolumando compacto e apertado, sendo o cabelo continuamente penteado e engomado para este fim.
Assim se ia formando, metodicamente, o Tou-T'chi-Kai - que é o nome que tem este penteado especial, para festas.
A penteadeira ia torcendo a trança com perícia até que chegou ao fim, restando apenas esconder nas voltas do penteado as últimas pontas dos cabelos.
Tirou as agulhas que não eram já precisas e, com um pente e a escova gomosa, deu ao penteado a aparência de uma casca de coco, mas negra, perfeitamente lisa e lustrosa, como ébano polido.
(...)»
Jaime do Inso. O Caminho do Oriente. Instituto Cultural de Macau, 1996, 2ª edição.
O cabelo negro, longo e corredio, foi penteado e preso por um comprido pente de madeira onde ficou enroladao.
Em seguida e com uma escova, a penteadeira estendeu no cabelo uma espécie de líquido pegajoso ou goma - Pau-Kan, que é um veneno forte, extraído da casca de certa árvore, posto de infusão em água fria.
Depois daquela operação, o pente foi substituído por um travessão de ferro e o cabelo, que estava cuidadosamente repuxado e muitoliso, ficou amarrado por baixo com um fio vermelho.
(...)
Duas fitas atadas por debaixo do queixo e passando uma por cima da cabeça, a outra pela nuca, conservavam o penteado na posição devida e o resto da trança, solta, ia sendo cuidadosamente engomada e presa em voltas sucessivas sobre um grande gancho e depois em torno de quatro agulhas que, mudando de posição sobre o caracol, permitiam que este fosse avolumando compacto e apertado, sendo o cabelo continuamente penteado e engomado para este fim.
Assim se ia formando, metodicamente, o Tou-T'chi-Kai - que é o nome que tem este penteado especial, para festas.
A penteadeira ia torcendo a trança com perícia até que chegou ao fim, restando apenas esconder nas voltas do penteado as últimas pontas dos cabelos.
Tirou as agulhas que não eram já precisas e, com um pente e a escova gomosa, deu ao penteado a aparência de uma casca de coco, mas negra, perfeitamente lisa e lustrosa, como ébano polido.
(...)»
Jaime do Inso. O Caminho do Oriente. Instituto Cultural de Macau, 1996, 2ª edição.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
O Jardim das Proibições
É um pequeno jardim em estilo chinês. Fica na Taipa e chama-se Jardim da Cidade das Flores, designação simpática para uma cidade de betão.
Mas, aquela profusão de tabuletas... transforma-o num verdadeiro jardim das proibições.
Mas, aquela profusão de tabuletas... transforma-o num verdadeiro jardim das proibições.
Tai Pou Lam: a largas passadas
Contudo, esta designação reporta-se apenas ao troço já referido. A Rua de S. Domingos designa-se, em chinês, «Pán Tchéong Tóng Kâi, isto é, a Rua do Templo das Tábuas; provindo esta denominação do facto da primitiva igreja ter sido construída em madeira. Esta igreja é, porém, também conhecida entre os chineses, pelo nome de Mui Kuâi Tóng, o Templo das Rosas».
A designação Tai Pou Lam merece ainda outra explicação, esta ligada à lenda. É também de Gonzaga Gomes, atribuindo-lhe a designação aos "Espectros de Tai Pou Lam"**. A rua «(...) vulgarmente designada pelo povo com o nome de Tái-Pou-Lám ou Tái-Pou-Láp, que significa "galgar a grandes pernadas", querendo com isto dizer que tal via deve ser transitada a largas passadas pois, na época que assim a alcunharam, dizia-se que o indivíduo que ousasse caminhar nela, durante a noite, era infalivelmente alvo duma chuva de grãos de areia e de pedra miúda lançada por mãos desconhecidas, decerto pelas almas penadas que estavam residindo numa das duas ou três casas que existiam naquele remoto local, então considerado como um dos pontos extremos da cidade».
* Luís Gonzaga Gomes. Macau, Factos e Lendas. ICM, 1994
** Luís Gonzaga Gomes. Lendas Chinesas de Macau. Notícias de Macau, 1951
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Mosteiro de Pou Tai
Situa-se no sopé oriental da montanha da Taipa Pequena (com acessos pela Estrada de Lou Lim Ieoc e Rua do Minho) e foi construído em 1925. É o Mosteiro de Pou Tai ou Pou Tai Un e compõe-se de diversos pavilhões situados a diferentes níveis. Aqui "confraternizam os deuses do panteão hindu de mistura com os do panteão tauista e budista chinês". O Sam Pou Tin ou o pavilhão dos Três Budas Preciosos, com Saquiamuni ao centro, Siu Choi Un Sau à direita e Amitabha ou O Mei To Fat, à esquerda; o pavilhão dos mortos, repleto de gavetas com as cinzas dos defuntos e as respectivas fotografias no exterior das gavetas; um pavilhão destinado à meditação, outro dedicado a Pak Tai e ainda um dedicado à deusa da Misericórdia, onde se venera Kun Iam dos 42 braços.
Cântico do Outono
O canto dos insectos
ainda se demora
nos degraus do outono
O leque perfumado
deixa de ser
a casa da brisa
Desfolham-se os olhos
numa melodia oculta
Manuel Yao
Jorge Arrimar e Manuel Yao. Confluências. Folha de Lótus. Macau,1997
ainda se demora
nos degraus do outono
O leque perfumado
deixa de ser
a casa da brisa
Desfolham-se os olhos
numa melodia oculta
Manuel Yao
Jorge Arrimar e Manuel Yao. Confluências. Folha de Lótus. Macau,1997
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Casa Cultural de Chá de Macau

sexta-feira, 6 de novembro de 2009
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
A Rua de Nossa Senhora do Amparo
Começa na Rua da Tercena, próximo do Pátio das Calhandras e acaba na Rua dos Mercadores, onde entronca, juntamente com a Rua dos Ervanários. Com a designação de Amparo existem, ainda, uma Calçada e um Pátio. A Calçada do Amparo parte da Rua de S. Paulo e termina na de Nossa Senhora do Amparo. O Pátio situa-se junto à calçada.
Tal como a Rua da Tercena, a de Nossa Senhora do Amparo era marginal e só tinha casas do lado do Monte. Neste local existiu a Igreja de Nossa Senhora do Amparo, que foi edificada em 1633.
Fonte: P. Manuel Teixeira. Toponímia de Macau, Volune 1, ICM, 1997
Tal como a Rua da Tercena, a de Nossa Senhora do Amparo era marginal e só tinha casas do lado do Monte. Neste local existiu a Igreja de Nossa Senhora do Amparo, que foi edificada em 1633.
Fonte: P. Manuel Teixeira. Toponímia de Macau, Volune 1, ICM, 1997
terça-feira, 27 de outubro de 2009
«É o pagode de Na T'cha Miu»
«Naquele isolamento de bairro popular e onde enxameiam garotos seminus numa liberdade feliz pelas calçadas, íngremes do Monte, naquele recanto escondido e talvez desconhecido de tantos europeus que passaram por Macau, fica um dos mais interessantes pagodes desta cidade, não pela riqueza, que a não possui, mas pelo aspecto, pelo típico cenário em volta e, sem dúvida, pela história e tradição que desconheço, mas que há-de ter.
É o pagode de Na T'cha Miu.
(...)
Chega uma mulher, uma chinesa de calças e cabaia de seda negra - como os chineses costumam usar na época do calor - e espeta dois pequenos pivetes acesos em frente do tosco altaraberto numa parede e ao nível da rua superior.
Para baixo desciam uns degraus de longos blocos de granito que formavam o piso do pequeno santuário.
Rodolfo quedou-se examinando aquele ambiente extraordinário de um templo em plena rua e foi seguindo atentamente as preces da chinesa.
Outro altar, formado por uma singela mesa de madeira com ornamentos vermelhos, estava junto do primeiro e em cima dele ardiam também pivetes, em honra de desconhecidas divindades.
Entre ambos, uma espécie de forno ou fornalha enegrecida pelo fumo servia de crematório aos múltiplos papéis que, com intenções várias, os chineses destinam a implorar favores aos espíritos do Além.
Duas tabuletas verticais, vermelhas e misteriosas, com franjas que oscilam ao vento, pendiam das colunas que sustentavam, cobrindo a estreita rua, o telhado do exótico tabernáculo.
(...)
Havia um cheiro doce e enjoativo no ambiente - do fumo dos pivetes queimados - e as lanternas suspensas do tecto, bem como as oferendas, tabuletas de madeira ou de seda que pendiam das paredes, vermelhas e cheias de caracteres negros ou dourados, tudo tinha o mesmo tom enegrecido pelos muitos pivetes e orações evoladas sobre a forma de papéis ardidos.»
Jaime do Inso. O Caminho do Oriente. Instituto Cultural de Macau, 1996, 2ª edição.
É o pagode de Na T'cha Miu.
(...)
Chega uma mulher, uma chinesa de calças e cabaia de seda negra - como os chineses costumam usar na época do calor - e espeta dois pequenos pivetes acesos em frente do tosco altaraberto numa parede e ao nível da rua superior.
Para baixo desciam uns degraus de longos blocos de granito que formavam o piso do pequeno santuário.
Rodolfo quedou-se examinando aquele ambiente extraordinário de um templo em plena rua e foi seguindo atentamente as preces da chinesa.
Outro altar, formado por uma singela mesa de madeira com ornamentos vermelhos, estava junto do primeiro e em cima dele ardiam também pivetes, em honra de desconhecidas divindades.
Entre ambos, uma espécie de forno ou fornalha enegrecida pelo fumo servia de crematório aos múltiplos papéis que, com intenções várias, os chineses destinam a implorar favores aos espíritos do Além.
Duas tabuletas verticais, vermelhas e misteriosas, com franjas que oscilam ao vento, pendiam das colunas que sustentavam, cobrindo a estreita rua, o telhado do exótico tabernáculo.
(...)
Havia um cheiro doce e enjoativo no ambiente - do fumo dos pivetes queimados - e as lanternas suspensas do tecto, bem como as oferendas, tabuletas de madeira ou de seda que pendiam das paredes, vermelhas e cheias de caracteres negros ou dourados, tudo tinha o mesmo tom enegrecido pelos muitos pivetes e orações evoladas sobre a forma de papéis ardidos.»
Jaime do Inso. O Caminho do Oriente. Instituto Cultural de Macau, 1996, 2ª edição.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Reminiscências - Fotografias de Macau Antigo
"Reminiscências - Fotografias de Macau Antigo", patente no Museu de Arte de Macau, apresenta fotografias de Macau de 1920 a 1960, da autoria de José Neves Catela e de Lei Iok Tin, entre outros. Um retrato de Macau antigo e das suas gentes.
domingo, 4 de outubro de 2009
Pois da Lua muito se conta...
«(...)
Pois da Lua muito se conta e sempre o homem imaginou ver nela formas, expressões, encantos e fantasias. E sempre pensou poder um dia lá entrar e descobrir todos os mistérios. Mas a Lua é tão misteriosa que mesmo depois de os astronautas lhe terem feito várias visitas, e imagens suas correrem mundo, a verdade é que continua a apaixonar, a dar inspiração, a conservar um encanto que sempre fará inveja ao Sol, que sendo quem nos dá a vida nunca encerrou os encantos lunares. A Lua é feminina, é bela, carinhosa e misteriosa, o Sol é masculino forte, quente, e não nos deixa olhá-lo de frente porque a sua luz cega. É sempre o deus criador da mitologia. Na cosmografia chinesa ele é Yang, e a Lua é Ying.
(...)»
Fernando Sales Lopes. Terra de Lebab. Colecção Macau e as suas Gentes. IPO / IPM
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Festa do Bolo Lunar

Festa do Bolo Lunar
Há nestas lanterninhas mágicas
com que crianças passeiam na noite
a sua inocente pertença
a esta terra e às raízes
uma acolhedora intimidade de casinhas ambulantes
como se em torno de cada lanterninha
uma família se reunisse a celebrar
- e eu do lado de fora de cada janela entreaberta
Carlos Frota. Dos Rios e Suas Margens. Macau, 1998
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quinta-feira, 16 de julho de 2009
Kigelia



quarta-feira, 15 de julho de 2009
Macau Sã Assi
Sopa de fitas ou wan tan min é uma sopa de massa em forma de fitas achatadas servidas num caldo e acompanhadas por wan-tans (pequena bolas de massa recheadas com carne ou camarão) e legumes (choi sum). Muito popular, a sopa de fitas é um prato disponível a qualquer hora do dia, existindo inúmeros pequenos restaurantes e cozinhas ambulantes especializados em wan tan min e denominados loja ou estabelecimento de sopa fitas.
sexta-feira, 3 de julho de 2009
A Dança do Dragão

A Dança do Dragão
Que bom ter os dentes ferozes
de um dragão particular
para esconjurar os maus espíritos
em todas as esquinas da vida
e os seus olhos enormes
e o seu corpo do tamanho
dos espaços siderais
meu dragão meu protector
meu boneco de papel colorido
minha imagem de mim
qual sonhador
de um passado de um futuro protegido
Carlos Frota. Dos Rios e Suas Margens. Macau, 1998
segunda-feira, 11 de maio de 2009
domingo, 10 de maio de 2009
Igreja da Sé

Na parede lateral da Sé (na Calçada de S. João) existe uma laje com a seguinte inscrição:
«Erecta
A. D. MDCCCXLIV
J.T. de Aquino del»
Contudo, a primitiva catedral de Macau era uma pequena ermida construída em taipa, provavelmente neste mesmo local, que terá sido substituída por outra em 1622. O actual edifício, que data de 1844, foi delineado pelo arquitecto macaense Tomaz d'Aquino e o relógio, colocado quando da subida ao trono de D. Pedro V, foi fabricado em Inglaterra e comprado com subscrições feitas em Macau, Hong Kong e Cantão. A. D. MDCCCXLIV
J.T. de Aquino del»
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quarta-feira, 6 de maio de 2009
Igreja da Sé
«Não existem registos sobre a data da primitiva construção, embora haja referência à construção de um edifício em taipa em 1622, que seria restaurado em 1743. Durante o restauro de 1780 os serviços religiosos da Igreja da Sé foram temporariamente transferidos para a antiga capela da Santa Casa da Misericórdia. A fachada do edifício apresenta duas torres gémeas que marcam a imagem geral do Largo em que se situa. O seu exterior encontra-se revestido com reboco cinzento (conhecido por Shanghai plaster), conferindo à igreja uma aparência monolítica e austera. in «RC - Revista de Cultura», nº 15, Julho de 2005.
O Centro Histórico de Macau
Rede do Património Cultural de Macau: Igreja da Sé
Rede do Património Cultural de Macau: Igreja da Sé
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segunda-feira, 4 de maio de 2009
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