segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Vicente Nicolau de Mesquita

Busto de Vicente Nicolau Mesquita (1818-1880) no Cemitério de S. Miguel. 
Macau, 2010


Encontra-se logo à entrada, à esquerda de quem entra no Cemitério de S. Miguel.  No mausoléu de mármore com o busto do Coronel Mesquita, lê-se: 

"Vicente Nicolau de Mesquita, 
heróico defensor de Macau em 
25 de Agosto de 1849".

Do lado ocidental do mausoléu, a seguinte inscrição:

"Erecto por subscripção pública 
com o concurso da primeira  subscripção 
promovida pela Comunidade Portugueza 
de Hong Kong em 1884"

E, do lado oposto : 

"Tomou Passaleão em 25-8-1849
Faleceu em 20-3-1880
 Foi transladado em 28-8-1910
Teve nesse dia honras militares e eclesiásticas"

Em 25 de Agosto de 1849, comandou o assalto ao forte chinês de Passaleão - Pac-Seac-Liam - "transformando-se numa figura heróica, prestigiada, da sociedade macaense"*.

Sobre o assalto ao forte chinês de Passaleão, lê-se na Cronologia da História de Macau:
"Tomada do Passaleão. É o único confronto significativo entre a China do Sul e Macau, durante os mais de quatro séculos de vizinhança. Tem ocasião após o assassinato do Governador Ferreira do Amaral, e consta da tomada de um forte chinês que atacava Macau com a força dos seus obuses a cerca de meia milha das Portas do Cerco. O protagonista da tomada do forte de Passaleão foi um macaense até aí desconhecido, Tenente de Infantaria, mas que viria a ser, por circunstâncias adversas, elevado a herói e promovido a tenente. Vicente Nicolau de Mesquita: avançou pelo território inimigo, sem ordem superior e apenas com o pelotão de 32 homens sob seu comando, neutralizando com uma carga de explosivo o forte que oprimia Macau. Quanto a armas, foi apoiado por 2 peças de artilharia de campanha, 1 obuz de montanha e 2 canhões da barca canhoeira e da lorcha de António Ferreira Batalha".

Suicidou-se, num acesso de loucura, depois de assassinar a esposa, Carolina, e a filha, Iluminada, na noite de 19 para 20 de Março de 1880, sendo o seu corpo encontrado no poço da sua residência no nº 1 da Rua do Lilau. Foi-lhe recusada sepultura cristã, determinando o Leal Senado  que "a sepultura para o coronel deve ser em lugar não bento". Seria reabilitado em 1910 e transladado para o Cemitério de S.Miguel, no lugar onde hoje se encontra.


Fontes:
*Amadeu Gomes de Araújo. Diálogos de Bronze. Memórias de Macau. Livros do Oriente, 2001
Beatriz Basto da Silva. Cronologia da História de Macau. Século XIX, volume 3. DSEJ, Macau, 1995
P. Manuel Teixeira. A Voz das Pedras de Macau. Macau, Imprensa Nacional, 1980

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