quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Pátio das Calhandras

Pátio das Calhandras. Macau, 2008


Delas se diz que voam rasteiro
que são de bico forte
como as cotovias
as calhandras

Há galegas e lavercas
cochichos e de crista
e se ribeirinhas crescem
calhandrinhas marítimas

E há este pátio
onde entraram
de asas siando
perfurando as lajes húmidas
debicando as migalhas
que a memória lá foi deixando
cantando talvez
quando as portas e as quase janelas
rangendo
lhes soavam como sinos
de sol de lua de chuva ou de vento

Não há é calhandrices

Pelo menos é o que (me) conta o letreiro

João Rui Azeredo. Pátio das Palavras. Macau 1995

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