sexta-feira, 16 de março de 2007

Macau possui também o seu dragão

«Na crendice popular, Macau possui também o seu dragão, mas um dragão inânime, incapaz já de cultivar as boas relações com os outros dragões seus semelhantes. A cabeça do hipotético sáurio é constituída pela Colina da Penha e o seu corpo segue para a fronteira ilha da Lapa, atravessando, num ponto, o braço do deltas que a separa de Macau e, após ter o seu sinuoso dorso, constituído pelo espinhaço do complicado sistema orográfico das regiões vizinhas, atravessado novamente o rio, noutro ponto serpeia por Tch'in Sán vindo assentar a sua cauda nas Portas do Cerco.
Este dragão não consegue, porém, exercer grande influência na vida económica e no destino dos habitantes desta pacata cidade, por lhe terem cortado um membro, com a abertura da Avenida Almeida Ribeiro, que, em figura geomântica, representa a espada que decepou o dragão, separando assim Macau em duas zonas distintas, a do Norte e a do Sul. Há quem assevere que, não obstante este dragão encontrar-se moribundo, as suas pulsações são ainda sensíveis, sendo ainda capaz de, no seu estertor, soltar alguns arrancos daqueles que são capazes de transformar a colónia em novo Eldorado».
Luís Gonzaga Gomes. «O Fong Sôi de Macau», in Macau Factos e Lendas. Instituto Cultural de Macau. 1994

domingo, 4 de março de 2007

Tabuletas

«Est. De Comidas "Coroquetes de Peixe de Soja"», na Rua do Regedor. Taipa, 2006

sábado, 3 de março de 2007

A tasca de Coloane

Coloane, Largo Eduardo Marques. 2006

«A tasca é uma esplanada semicoberta por arcadas, junto à capelinha de São Francisco de Xavier, em Coloane, que guarda ainda alguns ossos dos santos mártires do Japão. Estranhamente, apesar de tão próxima do templo e das preciosas relíquias, a esplanada não destoa, nem na paisagem visual nem no ambiente espiritual.
Com um fino sentido do comércio, os donos decidiram há muito atrair a clientela portuguesa, de modo que servem a clássica bica e, contrariamente à tradição chinesa, até fornecem guardanapos, se bem que estes sejam rolos de papel higiénico colocados em suportes de plástico».
João Aguiar. O Dragão de Fumo. Livros do Oriente. 1998