quinta-feira, 30 de abril de 2009

O Palácio do Soberano do Norte

Templo de Pak Tai, o Soberano do Norte. Taipa, Abril de 2009

Pak Tai, o soberano do Norte ou dos deuses do Norte, é o titular deste templo situado no Largo de Camões, na Taipa, que teve, em tempos ainda recentes, o Canal dos Estaleiros à sua frente. Compunha-se de três pavilhões. Hoje, apenas resta o pavilhão central com a entrada protegida pelos "deuses das portas", cujas imagens se encontram pintadas nas enormes portas de madeira.
No altar central, Pak Tai, o titular do templo. Segundo a lenda, «Pak T'ai era um príncipe que foi imortalizado pela sua ilustração e coragem, recebendo então o título de Imperador do Norte. Foi nomeado comandante das 12 legiões celestes com o fim de impedir que um Rei-Demónio devastasse a terra. Este suscitou contra ele uma tartaruga verde e uma serpente gigante, mas Pak T'ai venceu-as, conseguindo também vencer o Demónio-Rei. Devido a esta vitória, recebeu o título de Supremo Imperador do Céu Negro»(in Pagodes de Macau).
Tal como nos outros templos chineses, também aqui presta-se culto a várias divindades: a Kam Fá, a deusa das flores douradas, protectora das mulheres e das crianças, a Choi Pak, o deus da sorte, a Wá Kuong, o deus dos impossíveis, entre outras divindades.
No terceiro dia da terceira Lua comemora-se o aniversário de Pak Tai, divindade protectora de tudo e de todos e a quem se deve muitos feitos milagrosos: «aqui vela pelos habitantes da Taipa, como há milhares de anos velara pelos do norte» (in Pagodes de Macau), curando doentes, auxiliando no combate a incêndios ou expulsando piratas. Durante as festas do seu aniversário, no Largo do Camões, ergue-se uma enorme estrutura de bambú onde se realizam espectáculos de ópera.

Fontes:

Leonel de Barros. Templos, Lendas e Rituais - Macau
Padre Manuel Teixeira. Pagodes de Macau
José Simões Morais. «Olhar para o templo de Pak Tai». Tai Chung Pou de 9 de Abril de 2008

Rede do Património Cultural de Macau: Templo de Pak Tai

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Barragem de Hac-Sá

Ponte suspensa no Parque Natural da Barragem de Hac-Sá em Coloane.

Na Rua da Felicidade

Secagem de carne à porta de uma residência na Rua da Felicidade.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Travessa do Armazém Velho



Travessa do Armazém Velho: liga a Rua da Tercena à Rua das Estalagens, mesmo em frente à Travessa do Pagode. Foi, em tempos, uma artéria de grande movimento, devido ao comércio de antiguidades e bric-a-brac, bem como às cozinhas e tasquinhas ambulantes. Conta Gonzaga Gomes, em Curiosidades de Macau Antiga, que era dificílima a sua travessia pelas inúmeras tendinhas de velharias e comidas que nela se situavam. E, apesar disso, era frequentada «pelos coleccionadores de raridades, que se aventuravam a entrar nela com o fim de pesquisarem entre a imundice daquelas sórdidas tendas e lobregas baiúcas, preciosidades dos reinados de Hóng-Hêi ou de K'in-Lông, quando não são ludibriados na aquisição de um reles bronze, que, o vendedor ignaro, mas convincente, explorando a vaidosa presunção e a viciosa obsessão do comprador, impingir como raro e genuíno Tchâu, dinastia duas vezes milenária do período semi-histórico do império chinês»*.

Lán-Kuâi-Lâu é o seu nome em chinês, que «soa estranho e sugestivo». Lán significa quebrada ou arruinada; kuâi diabo e lâu andar ou casa. Lán-Kuâi-Lâu poderia, então, significar «rua da casa arruinada e endemoninhada». Mas não. Segundo Gonzaga Gomes, é outra a origem do nome e relaciona-se com a vinda da América de um emigrante chinês, que aí se instala e constrói a sua habitação, ao gosto ocidental. Esclarece o autor de Curiosidades de Macau Antiga que, noutros tempos, as casas eram «construídas de forma a que, vistas de lado, se pareciam com a letra kâm», que significa ouro.

Ora, a casa do emigrante, foi a primeira em estilo ocidental, com dois andares e varandas. «Como os chineses costumam referir-se aos estrangeiros com o depreciativo epíteto de kuâi, que significa "diabo", e como aquela casa era a única em estilo europeu que aparecia naquele sítio, passaram os mesmos a designá-la com o nome de kuâi-lâu que intrinsecamente significaria "casa do diabo", mas que, na realidade, significa simplesmente "casa estrangeira", ou melhor, "casa em estilo estrangeiro"»*.

Mais tarde, já a casa se encontrava alugada a outro emigrante, «homem de poucos escrúpulos», que fazia fortuna à custa do negócio da emigração e que maltratava os emigrantes a ponto de os designarem por "porquinhos" - tchu-tchai, a casa passou a ser conhecida por tchu-tchâi-kún, isto é, o depósito dos porquinhos.

O incêndio de 26 de Janeiro de 1835 no Colégio de São Paulo, que em duas horas destruiu o Colégio e a Igreja, propagou-se e a casa de Kuâi-Lâu ficou reduzida a escombros. A casa, que por muito tempo permaneceu em ruínas, recebeu, então, o nome de Lán-Kuâi-Lâu, ou seja, "ruínas da casa em estilo estrangeiro".


*Luís Gonzaga Comes, «Curiosidades de Macau Antiga: Lán-Kuâi-Lâu», in Renascimento, Junho de 1945

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Pagode do Bazar

Largo do Pagode do Bazar. Macau, Abril de 2009

PAGODE DO BAZAR

Naquele largo
de lajedo secular
o Mundo ficou parado
indiferente a tudo
que por ali vegeta

Será que te vejo
como te viu Chinnery
que não sei se te pintou?

e Pessanha?
que te viu certamente
na beleza perturbante
dos fumos

Fernando Sales Lopes. Pescador de Margem. Livros do Oriente, 1997

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Macau Antigo


Uma viagem por Macau Antigo num blog de histórias que fizeram a História de Macau.

Casuarina

Colónia Balnear de Hac-Sá. Coloane, Abril de 2009

Originária da Austrália e espalhada pelo Sudeste Asiático e ilhas do Oceano Pacífico, a casuarina - casuarina equisetifolia L. - é uma espécie de rápido crescimento, resistente à salinidade e ao vento. Em Macau, encontram-se exemplares de casuarinas nas ilhas da Taipa e Coloane, nomeadamente junto à praia de Hac Sá. Utilizada na reflorestação das ilhas - nos anos de 1960 - numa paisagem que era, então, «salpicada por acácias (Acacia confusa Merr.), originária da Formosa e das Filipinas, bem como de pequenas manchas de canforeiras (Cinnamomum camphora Sieb.), espécie nativa da Ásia Oriental, vingando, nos locais de maior cota, com solos delgados e submetidos a ventos fortes, as casuarinas (Casuarina equisetifolia L. ex Forst.), que sobressaem do perfil do coberto verde das montanhas, graças ao modo como se agitam as suas copas quando batidas pelo vento» (in A. Estácio e A. Paula Saraiva, Jardins e Parques de Macau).

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Na Travessa da Porta

Banca de venda de artigos cultuais na Travessa da Porta. Macau, Abril de 2009

Calçada do Monte

Calçada do Monte. Macau, Abril de 2009

A Calçada do Monte começa mesmo ao lado do edifício do Consulado de Portugal, na Rua de Pedro Nolasco da Silva, e termina junto à Fortaleza do Monte, na Rua dos Artilheiros, assim designada por ter estado, durante muitos anos, instalada na fortaleza do Monte uma companhia de artilharia.
Com o mesmo topónimo existem, ainda, o Pátio e a Rua do Monte.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Primavera

Bauínia. Jardim de Luís de Camões. Macau (Março de 2009)

Primavera

No campo
o suave torpor
o terno abandono
da flor
no verde macio
das sépalas.

Jorge Arrimar. Secretos Sinais.ICM. Colecção Poetas de Macau.

A sesta do motociclista

No Pátio dos Velhos, em Macau (Janeiro de 2008)