quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Festas em honra de Tou Tei

Tou Tei Miu ou Templo dos Deuses Locais, na Rua da Palmeira (Patane), em Macau.

Realizam-se, hoje, as festas de aniversário do Deus da Terra, Tou Tei, frequentemente representado pela imagem de um velhinho de longas barbas brancas, que vemos, um pouco por todo o lado, nos altares e pequenos nichos nas ruas de Macau e Ilhas. Existem, em Macau, dois templos dedicados aos "deuses locais": um, o Tou Tei Miu, o templo dos deuses locais, no Patane, junto ao Jardim de Luís de Camões, e o outro, o templo de Fôk Tak Chi ou da Felicidade e Virtude, na Horta da Mitra, onde decorrem as festividades em honra de Tou Tei.

«O culto aos espíritos benfazejos da Terra data de tempos imemoriais, mas o das divindades agrupadas nos Tou Tei (ou Penates, que velam pelas residências, edifícios, bairros e aldeias) remonta, ao que se julga à dinastia Tang. E também uma certa hierarquia se estabeleceu para os distinguir, tomando-se para termo de comparação a que funciona na administração terrena.
Há assim, no topo da hierarquia, os Deuses Municipais, ou magistrados e prefeitos divinos, sendo os seus subordinados responsáveis pelas outras circunscrições em importância decrescente até chegar ao deus de cada lar (que volta a ter importância, mais não seja pela influência e vigilância directa que tem sobre cada unidade familiar e indivíduo). Tendo nas mãos a capacidade de julgar e castigar os desvios e más acções dos mortais, o tou tei apresenta-se aí, no entanto, com a imagem de um velho de barbas brancas e expressão benévola. Por vezes acompanham-no nos altares dois guardas, prontos a conduzir os espíritos dos recém-defuntos para o inferno, depois destes terem comparecido perante o Deus Municipal para julgamento das acções praticadas durante a vida terrena» (Cecília Jorge, Deuses e Divindades. Gods and Deities. Direcção dos Serviços de Correios, Macau, 2005)

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Estendal de roupa

Estendal de roupa na Rua dos Mercadores. Taipa, 2009

Em Defesa da Livraria Portuguesa

A Casa de Portugal lançou a petição electrónica "Salvemos as instalações da Livraria Portuguesa em Macau", que se encontra disponível no endereço http://www.petitiononline.com/cpmlivpt/. Endereçado à presidência da República, Primeiro Ministro, ministros dos Negócios Estrangeiros e da Cultura, ao presidente da Assembleia da República e aos grupos parlamentares, o abaixo-assinado consta do seguinte:

Pretende o IPOR, instituição detida em 51% pelo Estado Português através do Instituto Camões, vender a fracção autónoma constituída por cave, loja e sobreloja, sita numa das ruas mais centrais e de maior movimento da cidade, na continuação do Largo do Senado, que adquiriu à Administração Portuguesa de Macau pela irrisória quantia de cerca de 900,000.00 patacas para nela instalar a Livraria Portuguesa bem como uma Galeria que ao longo dos anos foi utilizada para exposições, conferências, colóquios, apresentações de livros, etc.

A venda preconizada e defendida pela Fundação Oriente permite uma receita de uns cinquenta e tal milhões de patacas, mas priva a comunidade de língua portuguesa, e não somente os portugueses, de um espaço essencial, único, cuja propriedade ainda é de uma instituição portuguesa e, maioritariamente, do Estado Português.

Em troca, o IPOR pretende entregar, novamente sem concurso, a exploração da Livraria a outro particular, instalando-a, eventualmente, num prédio estreito sem condições nem dignidade e distribuída por quatro andares sem elevador, numa zona menor da cidade, e servindo-se disso para argumentar que não está em causa a continuidade da Livraria Portuguesa. O que não é verdade!

Há ainda a considerar que ao deixar de dispor de instalações próprias para passar a operar em instalações arrendadas, fica assim sujeita à incerteza das flutuações do mercado imobiliário, nomeadamente ao aumento de rendas e eventual cessão do contrato.

As entidades que tinham a seu cargo a dinamização da presença cultural portuguesa - o IPOR e a Fundação Oriente - foram deixando de promover quaisquer actividades em Macau, justificando tal com dificuldades de índole financeira.

A Casa de Portugal em Macau, que tem vindo a desdobrar-se em iniciativas que vão desde a organização de exposições, debates, ciclos de cinema, abertura de oficinas para o ensino de artes, informática, audiovisual, etc, procurando preencher o vazio deixado por essas instituições e manter a presença da nossa cultura, parte indissociável da identidade de Macau que a República Popular da China tem mostrado prezar, não pode assistir sem uma profunda revolta a esta visão redutora e economicista das entidades que mais obrigação tinham de zelar pela nossa cultura e pela nossa língua.

Assim, apelamos a todos os amigos de Macau, da Cultura e da Língua Portuguesa que juntem a sua à nossa voz, para que um protesto sonoro chegue a Lisboa a tempo de travar este atentado à presença e cultura lusófona em Macau!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Oficina de Assagem de Carne

«"Oficina de Assagem de Carnes Mei Mei" em Chines Mei Mei Siu Lap Chong Cheong», na Travessa do Mata-Tigre. Macau, Fevereiro de 2009

O Triciclo

Na Sam Má Lou (Avenida de Almeida Ribeiro). Macau, Fevereiro de 2009

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

«Na Penumbra dos Pagodes»

No Kum Iam Tong

«(...)
Entramos num pagode. Lá dentro a iluminação é escassa, num contraste com o exterior. Sobem volutas de fumo de sândalo, dos pivetes que ardem em frente do altar. As esteiras redondas, ali postas no chão, nunca estão vazias de devotos que batem cabeça ante a estátua de Buda e de outras estranhas divindades, espécie de anjos ou guardas dos santuários.
(...)
No grande perfumador que se eleva logo à porta de entrada, vão-se enterrando os pivetes, sem cessar, levados pelos fiéis, tal como a fé cristã oferece velas ante os altares, cujo fumo, com o decorrer do tempo, já manchou de negro as paredes e o tecto do templo, donde saímos atormentados com o eterno problema da Verdade...
(...)»
Jaime do Inso. Cenas da Vida de Macau. Instituto Cultural de Macau, 1997

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Roupas internas

«Tin Si Roupas Internas de Crianças», na Rua Leste do Mercado de São Domingos.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Jamboeiro em flor

Syzygium jambos (L.) Alston - Pou Tou ou Fruta Rosa - no Jardim de Lou Lim Ieoc. As flores, de um branco-esverdeado, são grandes e com estames numerosos e longos.