Há, em Macau, cheiros únicos, intensos. São os cheiros da comida confeccionada na rua, nas cozinhas ambulantes, do arroz cozido, das carnes fumadas, do peixe seco, dos incensos queimados às portas das lojas, em pequeníssimos altares, ou nos inúmeros altares localizados em becos, pátios, travessas. Há os cheiros a humidade e a mofo de mistura com os cheiros da fruta ou das flores oferecidas aos deuses. E o cheiro das flores das frangipanias. São cheiros que nos ficam na memória, que recordamos quando, longe daqui, entramos nalguma Chinatown. Não são os cheiros da Índia, esses sim, muito fortes, pois aqui não entra o cheiro das especiarias. Como também não são as cores da Índia, os amarelos, os encarnados ou os rosas vivos. São outros tons, outros amarelos, outros vermelhos, são os dourados. E os verdes, os verdes de Coloane, das imensas árvores do pagode ou das árvores do coral. Os vermelhos das acácias ou os vermelhos das bombáceas, que só dão flor no inverno.
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