Fotografia de José Neves Catela, do Museu de Arte de Macau - "Memórias Reveladas"
«(...)
O cabelo negro, longo e corredio, foi penteado e preso por um comprido pente de madeira onde ficou enroladao.
Em seguida e com uma escova, a penteadeira estendeu no cabelo uma espécie de líquido pegajoso ou goma - Pau-Kan, que é um veneno forte, extraído da casca de certa árvore, posto de infusão em água fria.
Depois daquela operação, o pente foi substituído por um travessão de ferro e o cabelo, que estava cuidadosamente repuxado e muitoliso, ficou amarrado por baixo com um fio vermelho.
(...)
Duas fitas atadas por debaixo do queixo e passando uma por cima da cabeça, a outra pela nuca, conservavam o penteado na posição devida e o resto da trança, solta, ia sendo cuidadosamente engomada e presa em voltas sucessivas sobre um grande gancho e depois em torno de quatro agulhas que, mudando de posição sobre o caracol, permitiam que este fosse avolumando compacto e apertado, sendo o cabelo continuamente penteado e engomado para este fim.
Assim se ia formando, metodicamente, o Tou-T'chi-Kai - que é o nome que tem este penteado especial, para festas.
A penteadeira ia torcendo a trança com perícia até que chegou ao fim, restando apenas esconder nas voltas do penteado as últimas pontas dos cabelos.
Tirou as agulhas que não eram já precisas e, com um pente e a escova gomosa, deu ao penteado a aparência de uma casca de coco, mas negra, perfeitamente lisa e lustrosa, como ébano polido.
(...)»
Jaime do Inso. O Caminho do Oriente. Instituto Cultural de Macau, 1996, 2ª edição.
O cabelo negro, longo e corredio, foi penteado e preso por um comprido pente de madeira onde ficou enroladao.
Em seguida e com uma escova, a penteadeira estendeu no cabelo uma espécie de líquido pegajoso ou goma - Pau-Kan, que é um veneno forte, extraído da casca de certa árvore, posto de infusão em água fria.
Depois daquela operação, o pente foi substituído por um travessão de ferro e o cabelo, que estava cuidadosamente repuxado e muitoliso, ficou amarrado por baixo com um fio vermelho.
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Duas fitas atadas por debaixo do queixo e passando uma por cima da cabeça, a outra pela nuca, conservavam o penteado na posição devida e o resto da trança, solta, ia sendo cuidadosamente engomada e presa em voltas sucessivas sobre um grande gancho e depois em torno de quatro agulhas que, mudando de posição sobre o caracol, permitiam que este fosse avolumando compacto e apertado, sendo o cabelo continuamente penteado e engomado para este fim.
Assim se ia formando, metodicamente, o Tou-T'chi-Kai - que é o nome que tem este penteado especial, para festas.
A penteadeira ia torcendo a trança com perícia até que chegou ao fim, restando apenas esconder nas voltas do penteado as últimas pontas dos cabelos.
Tirou as agulhas que não eram já precisas e, com um pente e a escova gomosa, deu ao penteado a aparência de uma casca de coco, mas negra, perfeitamente lisa e lustrosa, como ébano polido.
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Jaime do Inso. O Caminho do Oriente. Instituto Cultural de Macau, 1996, 2ª edição.
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