Há os erros de ortografia, as gralhas, as traduções para o português que, muitas vezes, resultam com imensa graça.
São as casas de «pasdo», as lojas de quinquilharia, umas de «quiquilapia», outras de «quinouilharia»; são os «antiguários» e as lojas de «antiquidades», são as que vendem «lavaporios», as «alfaiaparias» ou as de «vesidos de noiva»; são as lojas de «chã de medicional» e os estabelecimentos de comidas saudáveis. Designam-se por «esabelecimento», «estabelerimento», «esta belecimento», ou algo semelhante e, alguns, apesar da mudança do ramo de actividade, mantém designações antigas, como uma pequena loja de vassouras que vende louças. Outros há cuja designação regista, exactamente «Dístico comercial do estabelecimento e localização»...
A «Sociedade Malandro Limitada» (na Rua dos Mercadores), uma farmácia «chivesa», as associações de «conterràneos» (como a de Man Sai, nos três candeeiros), um centro de beleza de «auto tecnologia» (na Estrada de Coelho de Amaral) ou uma associação de «carne de porco» («Associação de Carne de Porco "Ion Hap Tông», na Praia Grande), são alguns exemplos deste universo muito peculiar.
2 comentários:
São muito interessantes estas apropriações do português e a sua seguida recriação. Será que quem pega nas palavras portuguesas tem noção da alteração da sua grafia?
Já percebi que continuas na senda das lojas, dos lojistas.
As fotos são óptimas, dão vontade de ir cheirar esses lugares.
As tabuletas e dísticos comerciais aparecem sempre - ou quase sempre - nas duas línguas, chinês e português, mas devido ao facto de a nossa nunca ter sido língua corrente, surgem muitas situações engraçadas. Recordo-me de uma loja, hoje, infelizmente desaparecida, cuja tabuleta anunciava «Passarinhos Quadrúpedes».
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