"Banca de um velho adivinho chinês, que ainda sem clientes descansa despreocupadamente".
Fotografia de José Neves Catela (cerca de 1930-40) do catálogo da exposição
Macau. Memórias Reveladas. Museu de Arte de Macau, 2001
Macau. Memórias Reveladas. Museu de Arte de Macau, 2001
"(...) O Largo de S. Domingos, além de pertencer ao meu caminho para a Escola Primária, também me entretinha. Por baixo das suas arcadas, alinhavam-se os cegos adivinhos que "cantavam" a sina e os escribas que respondiam às cartas dos clientes analfabetos, depois de longas conversas. Eram letrados e escreviam os caracteres sínicos com elegância, possuídos duma caligrafia impecável, segundo os entendidos. Ainda se vêem hoje, nos lugares tradicionais, mas em número muito reduzido.
No Largo, estava instalada a Livraria Po Man Lau, à esquina para a Travessa de S. Domingos, ponto de paragem praticamente obrigatória para todo o aluno da Primária, o que a Livraria Progresso, à Rua do Campo, representava para o Liceu.
A Po Man Lau, mais papelaria que livraria, vendia livros para o ensino primário, como o Livro de Leitura de Ulysses Machado, da 1.ª à 4.ª classe, a Gramática do mesmo autor, a Geografia de Figueirinhas, a História de Portugal, de Jaime Séguier, a Tabuada e o Sistema Métrico, e uma obra muito interessante para os estudantes do último ano, denominada Coisas Geográficas, de cujo autor não me recordo o nome. (...)".
Henrique de Senna Fernandes. "Rua das Mariazinhas". in Mong-Há. Instituto Cultural de Macau, 1998
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