Edifício do Museu dos Bombeiros na Estrada Coelho do Amaral.
Macau, Janeiro de 2011
Data de 1883 o primeiro Regulamento dos Serviços de Incêndio de Macau. E, embora a história dos Bombeiros de Macau comece, oficialmente, a 2 de Maio de 1883 com a criação do referido regulamento, existiam já serviços de incêndios que, tal como descreve Gonzaga Gomes no seu texto "Os Primitivos Bombeiros de Macau", eram prestados pelos próprios moradores, bem como pelo pessoal das fábricas e lojas. Existiam lugares próprios para guardar o material então existente de combate aos incêndios e o pessoal afecto aos serviços de incêndios era recompensado com "um leitão assado e dois almudes da melhor aguardente chinesa".
Em 1851, já existia a figura de inspector de incêndios que dirigia as operações de combate aos incêndios; existia, também, uma bomba no quartel do Batalhão de Artilharia de S. Francisco e encontravam-se já estabelecidos os sinais de aviso de incêndio, dado por dois tiros de canhão, na Fortaleza do Monte. A bomba seria transferida, em 1874, para o Convento de S. Domingos em cujo edifício se instalou a Inspecção de Incêndios em 1883.
O Regulamento dos Serviços de Incêndio (publicado a 10 de Agosto de 1883) deu início à criação de um serviço organizado. Instalado no Convento de S. Domingos e constituído por um corpo activo de 60 pessoas, os serviços de incêndio possuíam quatro bombas, duas em Macau, uma na Taipa e a outra em Coloane. Num edital de 15 de Março de 1875, determinava-se a implementação de várias medidas, entre elas a identificação das casas que possuíssem poço, através da colocação de uma tabuleta com a palavra poço em chinês, a seguir a um P.
Em 1909, já existiam postos de incêndios junto das estações da Polícia, nomeadamente, na Rua da Caldeira, em Santo António e em Mong Há.
Em 1914, é publicado o Regulamento Orgânico da Direcção das Obras Públicas, cujo director exercia também, desde 1901, o cargo de Inspector de Incêndios. Contudo, em 1915, os serviços de incêndios são desvinculados das Obras Públicas e a sua reorganização fica a cabo do Major de Infantaria João Carlos Craveiro Lopes, sendo os elementos do Corpo dos Bombeiros recrutados entre os voluntários para a Polícia.
Em 1916, existiam em Macau três estações, estando a Estação nº 1 (Central) localizada em S. Domingos, e as outras duas na Avenida do Almirante Sérgio (Estação nº2) e Avenida Horta e Costa (Estação nº3). A Taipa e Coloane possuíam os seus Postos de Incêndio.
O Regulamento Orgânico do Corpo dos Bombeiros é aprovado em Abril de 1919 e definidos os objectivos da corporação: prevenção e socorro de incêndios, desastres e calamidades; lavagens sanitárias e regas da cidade; execução de serviços em que fosse necessária a utilização do material da corporação.
Em 1920 é aprovado o projecto para a construção de novas instalações na Estrada Coelho do Amaral, cujo quartel seria inaugurado oficialmente a 3 de Outubro de 1923. Nesse ano de 1923 passou a designar-se por Corpo de Salvação Pública, saindo da dependência do Leal Senado (os serviços da cidade de Macau) e da Câmara Municipal das Ilhas (serviços da Taipa e Coloane) para regressar à dependência do Governo da Província.
Em 1939, o Corpo de Salvação Pública passa a ser uma corporação militarizada, transitando novamente, em 1946, para a tutela do Leal Senado (sem a brigada sanitária) e designando-se Corpo de Bombeiros Municipais.
A 1 de Janeiro de 1976, são criadas as Forças de Segurança de Macau que passaram a incluir o Corpo dos Bombeiros.
Na década de 1990, o edifício do Corpo dos Bombeiros - construído em 1920 e oficialmente inaugurado em 1923 - foi remodelado para nele se instalar o espaço museológico dedicado aos Bombeiros de Macau. Inaugurado em Dezembro de 1999, ocupa uma área de 350 m2, repartido por duas salas. Possui duas bombas manuais de fabrico chinês - de 1884 e 1908 -, uma bomba de fabrico inglês de 1877, duas viaturas de fabrico inglês, dos anos 50, bem como diversos objectos de grande interesse, para além fotografias, logótipos e bandeiras da Corporação, maquetes e manequins. O edifício do Museu encontra-se classificado como "edifício de interesse arquitectónico".
Fontes:
Anabela Nunes Monteiro. "Corpo de Bombeiros". Ditema. Dicionário Temático de Macau, Vol. 1, 2010
João Azeredo. "À Conquista do Fogo". in revista Macau de Maio de 1995.
Corpo de Bombeiros: http://www.fsm.gov.mo/cb/portugues/UntitledFrameset-22.htm
Em 1916, existiam em Macau três estações, estando a Estação nº 1 (Central) localizada em S. Domingos, e as outras duas na Avenida do Almirante Sérgio (Estação nº2) e Avenida Horta e Costa (Estação nº3). A Taipa e Coloane possuíam os seus Postos de Incêndio.
O Regulamento Orgânico do Corpo dos Bombeiros é aprovado em Abril de 1919 e definidos os objectivos da corporação: prevenção e socorro de incêndios, desastres e calamidades; lavagens sanitárias e regas da cidade; execução de serviços em que fosse necessária a utilização do material da corporação.
Em 1920 é aprovado o projecto para a construção de novas instalações na Estrada Coelho do Amaral, cujo quartel seria inaugurado oficialmente a 3 de Outubro de 1923. Nesse ano de 1923 passou a designar-se por Corpo de Salvação Pública, saindo da dependência do Leal Senado (os serviços da cidade de Macau) e da Câmara Municipal das Ilhas (serviços da Taipa e Coloane) para regressar à dependência do Governo da Província.
Museu dos Bombeiros - Sala Principal
Logótipo dos Bombeiros Municipais de Macau e
viatura de fabrico inglês, marca Denis de 1949: pronto socorro com bomba e escada.
A 1 de Janeiro de 1976, são criadas as Forças de Segurança de Macau que passaram a incluir o Corpo dos Bombeiros.
Na década de 1990, o edifício do Corpo dos Bombeiros - construído em 1920 e oficialmente inaugurado em 1923 - foi remodelado para nele se instalar o espaço museológico dedicado aos Bombeiros de Macau. Inaugurado em Dezembro de 1999, ocupa uma área de 350 m2, repartido por duas salas. Possui duas bombas manuais de fabrico chinês - de 1884 e 1908 -, uma bomba de fabrico inglês de 1877, duas viaturas de fabrico inglês, dos anos 50, bem como diversos objectos de grande interesse, para além fotografias, logótipos e bandeiras da Corporação, maquetes e manequins. O edifício do Museu encontra-se classificado como "edifício de interesse arquitectónico".
Fontes:
Anabela Nunes Monteiro. "Corpo de Bombeiros". Ditema. Dicionário Temático de Macau, Vol. 1, 2010
João Azeredo. "À Conquista do Fogo". in revista Macau de Maio de 1995.
Corpo de Bombeiros: http://www.fsm.gov.mo/cb/portugues/UntitledFrameset-22.htm
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