domingo, 28 de maio de 2006

Jardim de S. Francisco

Jardim de S. Francisco. Macau, Maio de 2006


Os chineses chamam-lhe Ka-Si-Lán-Fá-Yun, o Jardim dos Castelhanos, e o nome deriva do Convento de S. Francisco, que foi fundado pelos franciscanos castelhanos.
Foi este jardim o «Passeio Público» de Macau. Encontrava-se vedado, de dois lados, por muros, e nos extremos por balaustradas com portões que, à noite, encerravam. Desfrutava de um coreto, onde uma banda - primeiro uma banda militar, mais tarde, uma municipal - tocava ao pôr-do-sol. Era o ponto de encontro da sociedade elegante de Macau, o rendez-vous, sobretudo nos dias em que a banda tocava. Ao entardecer, chegava o encarregado, trazendo consigo uma escada, pela qual subia, para acender os candeeiros a petróleo. Encerrava, no Verão, à meia-noite, e durante o Inverno, às nove horas da noite, hora do «toque das almas» e «dos clarins de recolher do quartel», hora em que «a cidade começava a dormir» (1).
No ano de 1935 assistiu-se à destruição do coreto e à dissolução da banda municipal; nesse mesmo ano foi autorizada a construção da via pública de S. Clara, retalhando-se, para esse efeito, o jardim.

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(1) Henrique de Senna Fernandes, «Uma Pesca ao Largo de Macau». Nan Van. Instituto Cultural de Macau. 1997, pág. 32

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