sexta-feira, 28 de abril de 2006

A festa do tempo em terras da China

«A festa do tempo em terras da China. A Lua, que contou os dias e os meses, marca enfim a data, e o ano vai nascer. Toda a gente sai para a rua. Estalam panchões para afastar os demónios e purificar o ar. É o primeiro dia da semana comemorativa da criação do mundo.
Pregões em chinês: «Compre o ramo da sorte! O ramo da felicidade!»
Tendas de achares; barracas de frituras de peixe e de porco; sementes e frutas cristalizadas em açúcar; bolos de coco, de melaço, de feijão, de batata-doce, de gergelim; crisântemos, dálias, flor de pessegueiro.
(...)
Noite de Ano Novo chinês. Meio oculto no vão da porta, e imperturbável, o herbanário assiste ao espectáculo das ruas: homens e mulheres passando, eufóricos, com o ramo de pessegueiro erguido alto, como meninos pequenos segurando a amarra dos papagaios. Vão ao pagode apresentar oferendas, trocam presentes entre si, compram bolos pesados e enjoativos, comem e bebem, jogam jogos de azar, amam. (...) Rebentam com mais estrondo os panchões. O ar vai ficar completamente limpo à meia-noite, hora marcada para o nascimento do ano, quando o relógio da praça deixar cair solenemente as doze badaladas. Kung Hei Fat Choi - Festas Felizes!
».
Maria Ondina Braga
. «O Dia do Grande Frio», A China Fica ao Lado.

Sem comentários: