terça-feira, 4 de setembro de 2012

O Arco das Portas do Cerco

O Arco das Portas do Cerco, cerca de 1920
Fotografia do Catálogo da Exposição Reminiscências. Fotografias de Macau Antigo. 2009


O Arco das Portas do Cerco foi construído entre 22 de Agosto de 1870 e 31 de Outubro de 1871, tendo sido inaugurado nesta última data.
Dedicado à memória do Governador João Maria Ferreira do Amaral, bem como à tomada do forte de Passaleão, no arco encontram-se quatro lápides, duas nas paredes exteriores e as outras duas nas paredes interiores. As duas primeiras evocam, respectivamente, as datas do assassinato de Ferreira do Amaral - 22 de Agosto de 1849 - e a tomada do forte de Passaleão - 25 de Agosto de 1849. Nas outras duas encontram-se gravadas as datas de 22 de Agosto de 1870 e 31 de Outubro de 1871.

Data de 1573 a construção da muralha do istmo. A porta, conhecida entre os portugueses por  "Porta do Limite" ou "Porta do Cerco" e entre os chineses por "Kuan Chap", terá sido levantada em 1574, e possuía na sua parte superior residências para os guardas chineses. "Tendo posteriormente ruído, foi reconstruída em 1674, ficando então as residências em edifício anexo"( in História da Arquitectura em Macau).  Inicialmente, só eram abertas dois dias em cada lua, para a realização de um mercado onde os portugueses abasteciam-se dos géneros necessários; passados anos estabeleceu-se um mercado semanal. Por fim, a "Porta do Cerco passou a abrir-se todos os dias, o mercado internou-se e fixou-se; pouco a pouco o zelo dos procuradores enfraqueceu, a brilhante e industriosa actividade chinesa insinuou-se, fez-se benquista e foi construindo e multiplicando casas, lojas e oficinas" (As Alfândegas Chinesas de Macau, citado pelo P. Manuel Teixeira). Após a tomada de Pak Shán Lan ou Passaleão, por Vicente Nicolau de Mesquita, a muralha foi destruída e substituída por um posto avançado português que ocupava toda a área entre as Portas do Cerco e o Passaleão.

O Arco das Portas do Cerco encontra-se classificado património cultural.


Fontes:
Maria de Lourdes Rodrigues Costa. História da Arquitectura em Macau. Instituto Cultural de Macau, 1997
P. Manuel Teixeira. A Voz das Pedras de Macau. Macau, Imprensa Nacional, 1980
Pedro Dias. A Urbanização e a Arquitectura dos Portugueses em Macau, 1557-1911, Edição Portugal Telecom, Lisboa 2005.

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