Cansei-me de tentar o teu segredo:No teu olhar sem cor, - frio escalpello, -O meu olhar quebrei, a debatel-o,Como a onda na crista d'um rochedo.Segredo d'essa alma, e meu degredoE minha obsessão! Para bebel-oFui teu labio oscular, n'um pesadeloPor noites de pavor, cheio de medo.E o meu osculo ardente, hallucinado,Esfriou sobre o marmore correctoD'esse entreaberto labio gelado...D'esse labio de marmore, discreto,Severo como um tumulo fechado,Sereno como um pelago quieto.Camilo Pessanha, Clepsydra. Relógio d' Água, 1995
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Estátua
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