Legenda: Green Island, Macao.
Edição: Union Postale Universelle. Data: cerca 1900.
A Ilha Verde vista da doca Lam Mau
"18 de Setembro de 1883(...)A Ilha Verde, pequeno cone que emerge das águas, e onde existe uma casa pertencente ao seminário ou à mitra, é um soberbo bloco de granito onde no entanto a árvore do pagode conseguiu introduzir as suas raízes pelas fendas da rocha, vestindo a penedia de um manto de verdura. Há aí, no caprichoso dos blocos graníticos e na força vegetativa daquela árvore, efeitos muito belos. Lembro-me de ver um penhasco suspenso em um árvore, que se havia introduzido por uma fenda da rocha, e que no seu crescimento o havia erguido a certa altura.Depois de jantar, a que me fez companhia o tenente Cinatti*, voltámos ao porto e à Ilha Verde, onde desejava ver o espraiado da baixamar."Adolfo Loureiro. No Oriente, de Nápoles à China. in Carlos Pinto Santos e Orlando Neves. De Longe à China. Macau na Historiografia e na Literatura Portuguesas. Tomo II. ICM, 1998
* Demétrio Cinatti (1851-1921), filho do arquitecto e pintor italiano José Cinatti e avô do poeta Ruy Cinatti. Em Macau, "não se limitou às suas funções de capitão do porto e comandante da polícia do mar; estabeleceu ainda um posto meteorológico e levantou a planta de Macau, que foi muito apreciada em Lisboa. Estes trabalhos mereceram-lhe o grau de cavaleiro de S. Tiago e um louvor da Sociedade de Geografia de Lisboa, que o nomeou seu sócio correspondente" (in P. Manuel Teixeira, Toponímia de Macau, vol. 2). Em 1894 entrou na carreira consular, sendo cônsul de Portugal em Cantão, carreira que terminou, em 1917, no consulado de Londres.
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