Templo de Lin Fong, 1998
Templo de Na Tcha na Calçada das Verdades, 1998
Calçada da Igreja de S. Lázaro, 1998
Bilhetes postais com desenhos de Chan Chi Lek publicados pelo Centro Unesco de Macau e Fundação Macau.
"Teatime patrons dancing on terrace of Bela Vista Hotel to music of Filipino swing band". 1949 . Fotografia de Jack Birns - Time Life Pictures / Getty Images.
"Dirigimo-nos, mais tarde, a um hotel, que espairece junto da colina da Senhora da Penha. (...) O velho hotel, onde residem muitos funcionários lusitanos, está sobranceiro ao mar. Tem uma larga varanda de pedra e, ao lado, frondosas árvores. Dele se vêem, em frente, algumas ilhas, à esquerda a colina do Farol da Guia, mais abaixo a grande e rútila enseada, com a sua praia e o seu branco casario. É um panorama fulgurante (...)".
Ferreira de Castro. A Volta ao Mundo (1944). in De Longe à China. Macau na Historiografia e na Literatura Portuguesas. Tomo 3, ICM, 1996
"O Palácio do Governo, comprado à família Cercal, é um vasto edifício de bela aparência. Durante algum tempo estiveram nela diversas repartições; mais tarde, durante a última administração, todas se instalaram, com grande comodidade para o serviço público, no antigo Palácio do Governo, um óptimo edifício também, e onde principalmente se admira a sala do tribunal, que era a antiga sala do trono do palácio. (...) Ao lado fica o pequeno Correio estabelecido também durante o governo de Tomás da Rosa. Até então era coisa que não havia na província! Toda a correspondência se enviava, pelo vapor da carreira, ao correio de Hong Kong".
Conde de Arnoso. "Em Macau". Jornadas pelo Mundo (1894). in De Longe à China. Macau na Historiografia e na Literatura Portuguesas. Tomo II, ICM, 1988
"Em geral as casas dos moradores de Macau são muito boas, e mais vastas, elegantes e cómodas do que aquelas que em Portugal habitam pessoas de igual condição; têm belas entradas e escadarias, largas venezianas nas janelas ou varandas e boas mobílias: em Macau há bastante gosto neste ponto, e o maior luxo consiste em ter mobília, loiças e vários objectos da Europa; as escadas e os sobrados são pitados a óleo com diferentes debuxos, o que é de bonito efeito".
Carlos José Caldeira. Apontamentos de uma viagem de Lisboa à China e da China a Lisboa. in Carlos Pinto Santos e Orlando Neves. De Longe à China. Macau na Historiografia e na Literatura Portuguesas. ICM, Tomo II, 1988
"Não há edifício permanente para teatro, e o mesmo sucede nas cidades chinesas: parece que só em alguns grandes pagodes há local e construção apropriadas para estes espectáculos, que, em geral, se representam num grande barracão com o tecto angular e muito elevado coberto com esteiras ou colmo; o madeiramento é formado de bambus, fortemente ligados com fios de rotim; é aberto por todos os lados, e só tem uma frágil parede de tábuas no fundo do que chamaremos palco, aos lados do qual correm, paralelas, uma espécie de varandas ou trincheiras com assentos para os espectadores que os querem pagar, e o seu preço para os europeus não excede a um maz de prata, ou um tostão; o espaço intermédio constitui a plateia, sem sobrado nem anfiteatro, com a entrada, toda aberta em frente do palco, gratuita para o povo, que vê o espectáculo de pé e que sempre concorre em multidão. Os indivíduos que ficam na primeira fileira da plateia são obrigados a apoiar-se com as mãos na extremidade do palco, que lhes fica na altura das cabeças, formando como um renque de escoras com os braços nus, para resistirem aos contínuos embates das ondas dos espectadores, os quais, vistos das varandas, formam, apinhados, uma espécie de pavimento composto de cabeças muito unidas,rapadas na maior parte do casco, e que ora são levadas todas numa direcção ora noutra, exactamente como as vagas de um mar banzeiro".
(...)
"Nestes teatros não há pano de boca: as decorações são muito singelas e grosseiras, e as poucas mutações na cena todas se fazem à vista do público; de noite são iluminados com fachos e luzes sobre o tablado. Duram as representações, de dia das onze às cinco da tarde e continuam das sete à meia-noite, ou mais. A representação é continua e não tem os intervalos dos nossos actos; mas há cenas sucessivas que se vão anunciando por uma espécie de cartaz, ou tabuleta, que penduram nuns barrotes, na posição que corresponderia às colunas do proscénio".
(...)
"A orquesta está no fundo do palco e é composta de uma espécie de rebecas, de gaitas com forma e sons semelhantes à clarineta, e de bategas ou timbales, o que produz uma música estrondosa e infernal que acompanha quase constantemente a declamação; junte-se a isto o frequente rebentar dos panchões ou estalos sobre a cabeça dos actores, admiravelmente a propósito no fim das falas ou nas passagens de maiores afectos; e fazer-se-á ideia da bulha confusa e incómoda que se experimenta e que cobre a voz dos actores, apesar de berrarem às vezes extraordinariamente (...)".
Carlos José Caldeira. Apontamentos de uma viagem de Lisboa à China e da China a Lisboa. in Carlos Pinto dos Santos e Orlando Neves, De Longe à China - Macau na Historiografia e na Literatura Portuguesas. tomo II, Instituto Cultural de Macau, 1988.